Camponesas das margens do Mondego atravessando o rio a vau
Camponesas das margens do Mondego atravessando o rio a vau Desenho de M.de Macedo O rio ainda não cobre de lés a lés os campos agora verdejantes. Os juncos rasteiros esmaltam aqui a ali a superfície das águas. A veia deriva fácil por entre as pedras e as plantas com sonoro murmúrio. Ainda há pouco bramante e espumante, galgava veloz e furioso por fora do leito, tornando perigosa a navegação, agora uma criança o atravessa, e o pobre barqueiro tem que saltar vinte vezes do barco para lhe abrir caminho com a enxada por meio da areia, ou empurrar com o peito, não como Vénus em Mombaça para impedir que os navios fossem avante, mas a fim de o fazer subir ou descer a corrente, tão baixa e minguada, que apenas de corrente conserva o nome. A ponte é longe, as barcas de passagem também só se encontram em certos pontos, e os aldeãos que vão ou vêm do trabalho descem à margem do rio e, como se ele fora uma estrada, atravessam-no em qualquer direção, procurando o caminho mais curto. A