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Refeição no Douro em tempo de vindimas

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Foto retirada de " O Douro - Principaes Quintas, Navegação, Culturas, Paisagens e Costumes " - Manuel Monteiro Refeições na Região do Douro, durante as vindimas «Nos dias de vindima , a alimentação fornecida pelo vinhateiro melhorava um pouco: – o pequeno-almoço (almoço) constava de caldo, uma sardinha com batatas e vinho; – o almoço (jantar), de caldo, bacalhau com arroz regado com vinho ; o jantar (ceia), do mesmo que o pequeno-almoço. – A merenda ficava por conta do jornaleiro. Quintas havia, contudo, como já dissemos, bem menos generosas. Segundo Geoffrey M. Tait, a diária por si observada na sua estada por terras alto-durienses em época de vindima consistia: – ao pequeno-almoço, uma  sardinha  assada nas brasas e um cálice de aguardente; – ao almoço, uma sopa grossa de batata, feijão, couve e macarrão, uma tigela de arroz e uma ração de água-pé à descrição; – ao jantar, o mesmo que ao almoço, possivelmente com outra sardinha. Os carregadores, esses r

Lavradeiras de Santa Marta (Viana) espadelando, fiando e dobando o linho

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  “A espadelada merece descrição especial: a dona do linho chama mulheres para a espadelada , por favor, não por paga. O trabalho é feito ao luar, num terreiro, ou com luz, mas sempre fora de casa. Assistem homens, que formam uma roda ou um quadrado, no terreiro, como espectadores. As mulheres sentam-se ou estão de pé (Cerveira), cada uma junto do seu cortiço , que é aberto para cima ou por baixo. Por entre as mulheres andam rapazes ou crianças a distribuir os anacos às espadeladeiras. A espadeladeira tem na mão esquerda o naco e na mão direita a espadela , com a qual bate no anaco, posto à beira do cortiço.   Assim que o anaco está espadelado, põe-se de lado e recebe-se outro do distribuidor. Enquanto espadelam, cantam em coro: uma começa o canto e as outras continuam. Entrementes vêm os namorados, que se sentam ao pé das espadeladeiras ; alguém trouxe música (harmónico, viola). No fim da espadelada dançam todos. Quando acaba a espadelada, a dona dá de comer:

A Capucha - Trás-os-Montes

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Mulheres do concelho de Boticas (Trás-os-Montes / Barroso) trajando Capuchas. Mulher com Capucha, "fazendo meias", junto de gado bovino. A Capucha De entre as peças de vestuário que apresentam simplicidade de feitio e riqueza de aplicação recorde-se a capucha, de que se ocupou José Júlio César, em Terra Portuguesa . «Nunca a fértil imaginação de alfaiate ou modista inventou peça de vestuário mais apropriada e útil. Não é fácil precisar bem a sua origem, mas tudo leva a crer que viesse do Oriente, sendo trazida à região pelos Árabes , se é que o modelo não foi extraído de alguma gravura, estampa ou desenho vindo dos Lugares Santos , o que é muito natural. Portanto a capucha ainda hoje é precisamente o manto que, desde o princípio do Cristianismo , aparece cobrindo a maior parte das imagens.  Apenas foi modificado o modelo, adaptando-lhe no cimo, na parte que há-de assentar na cabeça, uma semi-rodela de pano em forma de meia-lua. Ler+ Sugestões: As segadas - Castanhe

As segadas - Castanheira - Chaves - Trás-os-Montes

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Os segadores no fim da ceifa. O grupo de segadores ao entrar na povoação. As segadas “Rezam as velhas crónicas de tempos idos… Os povos primitivos viviam da “recoleição” de frutos. Eram recolectores. E afinal de contas também nós hoje colhemos e armazenamos os alimentos, embora de maneira diferente. Festa da recoleição, lê-se em velhas crónicas da sua existência, em tempos muito antigos. As suas celebrações tinham plena razão de ser, pela estabilidade que geravam para ao longo do ano se poder contar com a ausência de penúria. Quando nos meus tempos de criança observava a peregrinação diária dos pobres das portas, ia tomando conta de alguns desabafos que se ouvia dizer, com a força de orações como esta: que nunca nos falte o pão e o caldo.  Ler mais Sugestões: Imagens da Festa das Cruzes, em Barcelos - 1912 Trajes regionais femininos do Norte, por ocasião da visita d'El-Rei ao Norte (1908) Tipos de mulheres – arredores do Porto (1896)

A Romaria do Senhor da Pedra em 1912

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Capela do Senhor da Pedra «Não acaba a tradição. Por toda a província continuam as romarias com o mesmo cenário de sempre com as suas transações e os seus devotos. A do Senhor da Pedra fez-se como em todos os anos tendo uma enorme concorrência.» Os romeiros à beira mar Diante da capela   No meio do pinhal: as merendas In Ilustração Portugueza, 17 de Junho de 1912 ***** Lenda do Senhor da Pedra "Corre em Gulpilhares a lenda de que os seus habitantes, há séculos, quando pretenderam construir uma ermida ao Senhor da Pedra no terreiro conhecido por arraial, viram aparecer sobre os rochedos junto ao mar uma luzinha, quando estavam ocupados já no levantamento das paredes. Aquela luz misteriosa aparecia todas as noites, insistentemente, o que causou emoção nos gulpilharenses, determinando-os nesse tempo a tomarem o facto como um sinal do Céu. Em face de tal fenómeno abandonaram a construção em que estavam empenhados e mandaram construir a capela à beira-mar,

Romaria ao Senhor da Serra - Belas - concelho de Sintra

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Romeiro ao Senhor da Serra, em Belas. Romaria ao Senhor da Serra “Nos finais do século XIX e começos do século XX, a romaria ao Senhor da Serra, foi uma das mais afamadas e concorridas que então ocorriam nos arredores de Lisboa. Esta realizava-se na localidade de Belas, no concelho de Sintra. As festas tinham lugar na magnífica herdade do antigo Paço Real de Belas, a poucos quilómetros de Queluz. Este Paço integra uma capela do Senhor da Serra e a Via-sacra, constituindo estes os principais motivos de atração dos romeiros. A região é abundante em monumentos megalíticos, existindo no local um dólmen sobre cuja tampa se encontrava derrubada. Tinham por costume os romeiros escorregar sobre ela, tradição que sugeria a sobrevivência de ritos ancestrais ligados à fertilidade. Terminada a romaria, os festeiros regressavam como podiam: de carroça e a pé ou de comboio, que tinham de o apanhar na gare de Queluz.” Ler o texto na íntegra,  aqui . A imagem mostra os romeiros escorregando

Trajes do Minho - Postais antigos

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Traje de Afife Traje da Areosa O traje no Minho variava conforme a sub-região Mas o traje antigo da mulher rural do Minho não era uniforme, variando ainda consoante a região – ou sub-região se assim o entenderem! – de acordo com as necessidades climatéricas, os rituais e as mentalidades, o caráter e a habilidade das talentosas artistas que o confecionam. Alegres e vistosos na  Ribeira Lima , desde  Viana do Castelo  até  Ponte de Lima , com mais estopa na  Serra d’Arga , mudam completamente de cor a partir de  São Martinho da Gandra  para quem segue o percurso do  rio Lima  até ao  Soajo . E, que dizer do  traje de lavradeira  de  Ponte da Barca , de  Barcelos  ou de capotilha na região de  Braga ? Todos estes e muitos outros, com as formas mais diversas, mais não são do que variantes do traje de lavradeira minhota ou, melhor dizendo, diferentes trajes que a mulher rural outrora usava no Minho. Naturalmente, a vivacidade das cores e a beleza artística do traje usado nas zona

A Croça e a Capa de Burel usadas em Trás-os-Montes

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Uma croça (capa de juncos) com " polainitos " e chapéu de palha.  Um bordão com uma " cabaça " para transportar água ou vinho.  Atrás um " carro de bois ".  Ao fundo, a Serra do Marão . Texto sobre as croças e quem as fabricava . Uma Capa de Burel original, adquirida na aldeia de Telões , concelho de Vila Pouca de Aguiar. As fotos foram tiradas na aldeia de Meneses, freguesia de Torgueda - Vila Real. Fotos: Maximiano Pinto Sugestões Uma vendedeira no Mercado do Porto (1883) A Feira das Mercês no Domingo, 16 de Outubro de 1904 A Capucha da Serra do Caramulo

Trajes Femininos Regionais do Minho - Lavradeiras

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Tomaz Ribas , no seu livro " O Trajo Regional em Portugal " afirma que a paisagem do  Minho ,  " variada de vales profundos e espraiados, litoral recortado e serras que se alongam para o interior desde Arga ao Gerês, tem de marcar necessariamente o trajar do minhoto, ora pela exuberância da cor e do desenho, ora por uma frugalidade contida ." O traje de lavradeira "É mundialmente conhecido o  traje domingueiro de lavradeira  vulgarmente conhecido por “ traje à vianesa ”. Por estes dias, vemo-lo a desfilar por todas as romarias da nossa região, na  Senhora d’Agonia  e nas  Feiras Novas , no  São João d’Arga  e nos festejos da  Senhora da Bonança . Mas, afinal, de que se trata realmente o  traje de lavradeira ? De uma forma genérica, o  traje à lavradeira  era a roupa que a mulher do campo usava nas suas lides diárias como em dias de festa e de romaria, diferenciando-se naturalmente a que empregava no trabalho da que guardava para ocasiões especiais. E distinguia

Uma mulher dos arredores do Porto | Trajes

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Costumes Portugueses - Mulher dos arredores do Porto (Desenho natural por M. Macedo) "A gravura (...) representa um dos variados tipos de mulheres do Douro que, todos os dias se avistam na cidade do Porto, onde vêm vender nos mercados as frutas, hortaliças, legumes, etc. das suas aldeias. O seu trajo é extremamente pitoresco, realçado pelo ouro que lhe pende das orelhas e do colo [ pescoço ], indo descansar sobre o peito que fica completamente coberto de corações e imagens da virgem, tudo de filigrana do precioso metal. Esta riqueza representa ordinariamente o fruto das suas economias e quanto tem quanto trazem em cima de si, e a paixão que têm pelas joias obrigam-nas muitas vezes às maiores privações, para adquirirem mais um coração, mais uma conta para o colar de ouro , etc. Estas mulheres do Douro , assim como as do Minho são de uma grande atividade, trabalhando na lavoura e no seu comércio com mais vigor que os homens daquelas províncias." In " Occidente