Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta Usos e Costumes

Os carreiros do Douro (1)

Imagem
Vila Real - Entrada da Quinta da Raposeira Amílcar de Sousa, num artigo intitulado “ A vida dos marinheiros do Rio Douro ”, escrito em Cheires, freguesia de Sanfins do Douro e concelho de Alijó, em 7 de Março de 1906, e publicado na  Illustração Portugueza  – nº9 S/d (1906), e do qual publicámos neste blogue alguns extratos, acompanhados de fotos, afirmava: « Interessante e digna de estudo também a vida trabalhosa dos   carreiros do Douro ! ». A propósito desta afirmação, publicamos hoje dois postais ilustrados:  dois carreiros do Douro  a transportarem pipas de vinho para a estação dos caminhos-de-ferro em Vila Real (cerca de 1912), que fica a pouco mais de 100 metros do local onde foi tirada a fotografia, e a imagem da referida estação de caminhos-de-ferro, na mesma altura. Sugestão de leitura: " Os carreiros do Douro (2) " Vila Real - Estação do caminho de ferro Edição da Casa - M. J. David Guerra . Villa Real Postal Ilustrado - Fototipia - c. 1912 Reedição dos Serviços M

A Feira de Agualva (Maio de 1904)

Imagem
A Feira de Agualva Aspecto geral da feira « A feira de Agualva foi pitoresca e chamou gente.  Fazia-se negócio, ouvia-se ruído de vozes em disputa, os mendigos lamuriavam pelos caminhos onde os maiorais passavam conduzindo o gado.  Ao fim a paisagem verdejante, a vida campestre em toda a sua plenitude, ranchadas que vinham de longe, canções que se perdiam nas quebradas. E o gado em montões repousava entre o vozear dos negociantes, estatelavam-se os vitelinhos brancos, muitos em grande quantidade, apresentavam-se as vacas malhadas e úberes, tratavam-se os negócios de copo na mão, num disputar que acabava quase sempre com risos. Durante os dias de feira, que terminou em 4 de Maio, foi grande a afluência de gente a esse belo lugarejo de Agualva, onde se tinham armado barracas nas quais o negócio era de primeira ordem. Decorreu tudo em boa harmonia e as transacções foram de certa importância.  O que foi bastante útil tanto para os vendedores ambulantes como para o comércio local e mesmo pa

Minho - Casa Rural antiga - Ponte de Lima (Postal)

Imagem
Arquitectura popular no Minho Absorvido pela terra que o alimentava, a si e à sua família, o minhoto pedia à casa só um abrigo, sem luxo nem conforto. Mas o desenvolvimento da lavoura e uma vida de maior desafogo vieram exigir mais daquela que passou a ser também a sua habitação. A casa típica, de granito e de carvalho, associa e funde numa só, a modos de presépio, a habitação humana e o curral do gado. As casas são de planta rectangular e geralmente de dois pisos baixos: – o andar sobradado, para habitação, – e o térreo, para as cortes de gado e lojas. Nos baixos recolhe-se uma parte da alfaia e localiza-se a adega, às vezes o celeiro e até as cortes. Uma escada de pedra, guardada ou não e de um só lanço, sobe geralmente ou longo da fachada e varanda. Esta é coberta com alpendre, por onde se entra no sobrado. Ler+

Espaço etnográfico: Casa-Museu de Aljustrel (Fátima)

Imagem
A placa que identifica o museu utiliza a rocha calcária da região. A descamisada do milho é um dos quadros que o museu reconstitui O manequim representa o traje tradicional da região a sul do concelho de Ourém onde se situa a localidade de Fátima. Em casa, fazendo os deveres… No pátio, alfaias e carroças. A Casa-Museu de Aljustrel recuperou uma habitação tradicional, construída em pedra da região.  Na área a norte do concelho de Ourém, onde a pedra não abunda, as casas eram feitas de terra e adobe. A oficina do sapateiro. O tradicional jugo e o carro de bois. Fotos e legendas de Carlos Gomes Sugere-se a leitura do texto intitulado Em Fátima: Casa-Museu de Aljustrel é um espaço etnográfico Milhares de peregrinos de todo o mundo afluem todos os anos ao Santuário da Cova da Iria, em Fátima.  Não raras as vezes, as estradas assemelham-se a carreiros de formigas laboriosas que rumam àquele local de culto e meditação. Ler+

Aguadeiras em Vila Real

Imagem
Os primeiros dados do abastecimento de água organizado a Vila Real remontam ao ano de 1905. O sistema então utilizado era composto por diversos fontenários espalhados pela cidade, com origens próprias, sendo os principais e mais importantes os situados  - junto à Sé Catedral , hoje no Largo de Camões [ vai ser colocado no local original ],  - o da Carreira Baixa frente ao [Restaurante] Espadeiro  - e o de S. Pedro junto às actuais escadas. A distribuição de água à população mais abastada era assegurada diariamente por aguadeiras que levavam aos clientes cântaros de um almude (30 litros) cobrando 120 Reis por mês.  Se fossem dois cântaros diários a despesa era de 200 Reis. Os consumos então previstos, por pessoa e por dia, eram de 7,5 litros, situação que se manteve até ao início dos anos 30.  Nos últimos anos e devido à escassez de água, a mesma era recolhida à noite no período de estio, dando origem a grandes bichas discussões e mesmo disputas físicas normalmente só resolvidas

Embarcações tradicionais - Pateira - Rio Guadiana

Imagem
A pateira é uma embarcação tradicional no rio Guadiana , na região de Mértola .  A sua denominação provém do facto de ser habitualmente usada na caça aos patos.  O exemplar da foto foi oferecido pela Comissão de Defesa do Património de Mértola ao Museu de Marinha , onde se encontra exposto. Foto de Carlos Gomes

Olaria de Bisalhães (Vila Real ) - Moldar o barro

Imagem
Olaria de Bisalhães - Moldar o barro « A mesa de trabalho é formada por duas rodas e pelo banco.  A de cima, grossa, tem um orifício reforçado com latão (“bucha de roda”), onde insere um eixo de madeira (“bico de trabulo”), que liga a outra, colocada por baixo.  No centro do tampo há uma elevação, com um palmo de diâmetro, onde se pousa o barro.  Movimentando a roda inferior, com o pé, faz girar a que está por cima, onde coloca o barro de onde sairá a peça a elaborar. À medida que a roda gira, segura o barro com a mão esquerda e, com a outra, dá-lhe a forma desejada, molhando-a para facilitar o trabalho.  Antes que a argila seque, o artesão dá asas à sua imaginação e enfeita a peça com flores ou outros adornos.» Texto: Júlio António Borges, in Monografia do concelho de Vila Real Imagem: Foto de Duarte Carvalho – Colecção de Postais editados pelo Centro Cultural Regional de Vila Real em 1999

Olaria de Bisalhães (Vila Real ) - Picar o barro

Imagem
Olaria de Bisalhães -  Picar o barro « O barro, tirado da barreira, era partido e guardado numa dependência, a que chamavam “caleiro”.  Quando fosse necessário, levavam-no para o pio e, deitando-lhe água, malhavam-no até o reduzir a pó.  Passavam-no pela peneira, para afastar as impurezas.  Havia dois tipos de peneira, conforme os utensílios a produzir: o crivo (malha larga) para a “louça churra”; e a peneira de rede fina, destinada à confecção de louça decorativa .» Texto: Júlio António Borges, in "Monografia do concelho de Vila Real" Imagem: Foto de Duarte Carvalho – Colecção de Postais editados pelo Centro Cultural Regional de Vila Real em 1999

Olaria de Bisalhães (Vila Real ) - Expôr a louça

Imagem
Olaria de Bisalhães - Expôr a louça « Até à construção do IP4, um pouco antes de chegar a Vila Real, havia tendas de louça preta a ladear a estrada .  O viajante, atraído pela cor das peças, parava e o negócio lá se ia desenvolvendo.  Com a a abertura da via rápida, as tendas foram transferidas para pequenos pavilhões, à entrada da cidade.  Nalguns, pode-se admirar o trabalho do oleiro, na azáfama de elaborar as belas peças que exibe penduradas por dentro e por fora da loja .» Texto: Júlio António Borges, in Monografia do concelho de Vila Real Imagem: Foto de Duarte Carvalho – Colecção de Postais editados pelo Centro Cultural Regional de Vila Real em 1999

Olaria de Bisalhães (Vila Real ) - Esconder, na liga, os pucarinhos do peito

Imagem
Olaria de Bisalhães - Esconder, na liga, os pucarinhos do peito « A par dos utensílios de barro preto, usados nas lides domésticas, havia minúsculas peças ornadas com um lacinho na asa ou no gargalo.  Os namorados procurando agradar ao ente querido, ofereciam-lhas, trazendo-as ao peito enquanto durassem os festejos (1).  Daria mais sorte se fossem roubadas.” Texto: Júlio António Borges, in Monografia do concelho de Vila Real Imagem: Foto de Duarte Carvalho – Colecção de Postais editados pelo Centro Cultural Regional de Vila Real em 1999 (1)  Nota da Equipa do Portal : Feira dos Pucarinhos, dias 28 e 29 de Junho (Festas de S.Pedro), que se realiza, desde meados do século XIX, na Rua Central (actualmente Rua dos Combatentes da Grande Guerra), em frente da Igreja dos Clérigos, mais conhecida como Capela Nova.

Olaria de Bisalhães (Vila Real ) - Retirar a louça do forno

Imagem
Olaria de Bisalhães - Retirar a louça do forno « O fumo provocado pela combustão, dá a cor característica do barro da região.» Texto: Júlio António Borges, in Monografia do concelho de Vila Real Imagem: Foto de Duarte Carvalho – Colecção de Postais editados pelo Centro Cultural Regional de Vila Real em 1999

Olaria de Bisalhães (Vila Real ) - Cozer a louça

Imagem
Olaria de Bisalhães - Cozer a louça « Tapado o forno, a temperatura atingia novecentos graus.  Há fornos feitos com tijolo, medindo metro e meio de profundidade, por três de diâmetro.  Aplicavam um pião (cilindro), para facilitar a difusão das chamas pelas peças, e “roncas” (panelas estragadas), evitando que quebrassem, adquirindo um tom avermelhado se não fosse abafada.» Texto: Júlio António Borges, in Monografia do concelho de Vila Real Imagem: Foto de Duarte Carvalho – Colecção de Postais editados pelo Centro Cultural Regional de Vila Real em 1999

Olaria de Bisalhães (Vila Real ) - Colocar as peças no forno

Imagem
Olaria de Bisalhães - Colocar as peças no forno « Depois de seca, a louça é metida no forno (buraco na terra que leva cerca de mil peças grandes, ou seis mil pequenas, de cada vez), pousada numa grelha sobre lenha a arder.  O buraco é coberto com musgo, caruma e terra, fazendo uma abertura para facilitar a circulação do ar .» Texto: Júlio António Borges, in Monografia do concelho de Vila Real Imagem: Foto de Duarte Carvalho – Colecção de Postais editados pelo Centro Cultural Regional de Vila Real em 1999

Olaria de Bisalhães (Vila Real ) - Gogar

Imagem
Olaria de Bisalhães - Gogar « Terminado o artefacto, usa uma palheta para aperfeiçoar os rebordos e um “gogo” (pedra do rio) para a polir.  Os desenhos são aprimorados com um pedaço de pau, afiado, desenhando os motivos decorativos .» Texto: Júlio António Borges, in Monografia do concelho de Vila Real Imagem: Foto de Duarte Carvalho – Colecção de Postais editados pelo Centro Cultural Regional de Vila Real em 1999

Profissões antigas - O Soqueiro

Imagem
O Soqueiro - Clog-maker Também chamado: Tamanqueiro Quadro do Museu Etnográfico da Província de Trás-os-Montes e Alto Douro , 1940 An aspect of the Ethnografic Museum of Trás-os-Montes, 1940 Edição da Câmara Municipal de Vila Real, 1998 Published by the City Council of Vila Real, 1998 Sugestões: As rendas de bilros em Peniche – rendilheiras a trabalhar! Cesteiros trabalham em vime na Ilha da Madeira, nos finais do séc. XIX As vendedeiras de fruta de Avintes a negociarem com os regatões

Vindima na Região do Douro: os carregadores dos cestos vindimos

Imagem
«Os cestos vindimos eram altos, de fundo rectangular e estreito e de boca também rectangular mas larga.  Tinham uma asa, reforçada por fitas que mergulhavam no teçume , em cada um dos remates das duas paredes mais pequenas e uma terceira, mais pequena, no terço superior duma das paredes mais largas.»  «Para ordenar e animar o pessoal, os carregadores formavam em fila indiana, simples ou dupla: à frente seguia a trempe dos tocadores; a seguir, estendiam-se os carregadores; no fim, a fechar o bando, ou ao lado, vinha o feitor dos homens , de pau na mão.»   Ler+

Profissões antigas - O Latoeiro

Imagem
O Latoeiro - Tinsmith Quadro do Museu Etnográfico da Província de Trás-os-Montes e Alto Douro, 1940 An aspect of the Ethnografic Museum of Trás-os-Montes, 1940 Edição da Câmara Municipal de Vila Real, 1998 Published by the City Council of Vila Real, 1998

Profissões antigas - O Tanoeiro

Imagem
O Tanoeiro - Cooper Quadro do Museu Etnográfico da Província de Trás-os-Montes e Alto Douro, 1940 An aspect of the Ethnografic Museum of Trás-os-Montes, 1940 Edição da Câmara Municipal de Vila Real, 1998 Published by the City Council of Vila Real, 1998

Malhada do trigo ou centeio, antigamente

Imagem
As malhadas Actualmente as máquinas vão substituindo o homem. Poupam-lhe esforços, dão-lhe uma vida menos cansativa no que se refere ao emprego da força muscular. Grande parte dos trabalhos agrícolas já não é feita a pulso, como eram as malhadas. O lavrador, depois de ter o pão acarrejado, isto é, com ele na eira ou ao lado desta, combinava o dia ou dias para fazer a sua malhada. De acordo com o muito ou pouco pão que colhesse, assim chamava mais ou menos malhadores. Um lavrador pequenino, chamaria seis a oito malhadores para malhar numa só manhã ou numa só tarde a sua humilde colheita de três ou quatro carros de pão. Um lavrador bom, tinha que chamar doze, dezasseis ou vinte malhadores, segundo o volume da colheita. Ler+ Foto retirada de: "O Douro", Manuel Monteiro

Os Alfacinhas e os Retiros das Hortas

Imagem
Os lisboetas tinham outrora o curioso costume de irem passear às hortas que era, como quem diz, retirarem-se da cidade para poderem gozar um pouco dos prazeres do campo, geralmente aos domingos.  Deliciavam-se então com os piqueniques familiares que organizavam ou simplesmente almoçar nas velhas “casas de pasto”, assim designadas por inicialmente apenas darem as forragens aos animais enquanto os donos negociavam na feira. Em muitas delas, ainda se conservam as argolas que prendiam os animais. Ler+ Retiro “Perna de Pau”, junto ao apeadeiro do Areeiro, na antiga Estrada de Sacavém Retiro do Caliça, na Estrada dos Salgados, às portas da Amadora Retiro do Quebra Bilhas, no Campo Grande. Actuação de uma fadista num retiro em Sacavém Grupo de pândegos num retiro dos arredores de Lisboa Textos: Carlos Gomes Fotos: Arquivo Fotográfico da CM de Lisboa