A Feira de Agualva (Maio de 1904)

A Feira de Agualva

Aspecto geral da feira


«A feira de Agualva foi pitoresca e chamou gente. 

Fazia-se negócio, ouvia-se ruído de vozes em disputa, os mendigos lamuriavam pelos caminhos onde os maiorais passavam conduzindo o gado. 

Ao fim a paisagem verdejante, a vida campestre em toda a sua plenitude, ranchadas que vinham de longe, canções que se perdiam nas quebradas.

E o gado em montões repousava entre o vozear dos negociantes, estatelavam-se os vitelinhos brancos, muitos em grande quantidade, apresentavam-se as vacas malhadas e úberes, tratavam-se os negócios de copo na mão, num disputar que acabava quase sempre com risos.

Durante os dias de feira, que terminou em 4 de Maio, foi grande a afluência de gente a esse belo lugarejo de Agualva, onde se tinham armado barracas nas quais o negócio era de primeira ordem.

Decorreu tudo em boa harmonia e as transacções foram de certa importância. 

O que foi bastante útil tanto para os vendedores ambulantes como para o comércio local e mesmo para os mendigos que se arrastavam, chagados e lamuriantes, por todo o recinto do mercado e à beira das estradas

Imagens e texto (adaptado à grafia actual) retirados da ILLUSTRAÇÃO PORTUGUEZA, 9 de Maio de 1904


Os bácoros


A carroça do almocreve


Uma mendiga cega


O teatrinho de fantoches


Vendedeira de louça


Suínos


A queijadeira


Um moço do gado


Uma transacção



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