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Mulher de Avintes – Costumes portugueses (1884)

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Mulher de Avintes (1884) “Quem conhece o Porto tem visto decerto deslizar, Douro abaixo, uns pequenos barcos, tripulados por formosas raparigas que manejam o remo com uma destreza e vigor pouco vulgares. São as Amphytrites de Avintes , pequena povoação na margem direita do Douro , que veem trazer o pão à cidade. Parece que a beleza do sítio, que lhes foi berço, imprimiu naquelas fisionomias a sua natural formosura. Não há uma só que seja feia e todas têm a mesma elegância, apesar do desenvolvimento muscular, adquirido nos violentos exercícios de força, a que são obrigadas desde a infância. As mulheres mais bonitas do país são com certeza as do Minho , especialmente as dos arrabaldes do Porto . A que representa a nossa gravura não foi escolhida, como espécime: é um tipo vulgar entre elas, mas distinto, em qualquer parte onde apareça, pela correção das formas, pela distinção das feições e pelo garbo donairoso que o caracteriza. É vê-la e admirá-la.” Fonte: "A Ilus

Moendo milho – Tavira (Algarve)

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(Aguarela de Alberto Sousa) Moendo milho – Tavira A algarvia de Tavira , que, num interior mourisco-medieval, está triturando milho dentro de uma ceira de esparto, com sua mozinha de mão, é uma figura de sabor tão primitivo e original, que, dificilmente, artista ou etnógrafo poderiam encontrar melhor documentação de uma sobrevivência de tempos remotos. A mola manuaria de origem pré-romana atravessou assim mais de dois milénios, para, fidelissimamente, nos conservar a visão de como, na moagem caseira, trabalhavam as trigueiras autóctones ibéricas... (Por um especialíssimo favor, consentiu o nosso Director artístico na reprodução deste quadro, destinado a figurar na sua próxima exposição de aguarelas.) Fonte: “Terra Portuguesa – Revista Ilustrada de Arqueologia Artística e Etnografia” (nº2 - Março de 1916) (texto editado e adaptado)

Vasos de cortiça alentejanos

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  Vaso de cortiça ornamentado É tão variada, revela-se em tão diversos utensílios, a arte popular alentejana , que, a cada nova excursão que se faça por terras transtaganas se recolhem sempre documentos inéditos, escapados a investigações anteriores, a precedentes inquéritos. Dos vasos de cortiça que se fabricam em Lisboa , para suporte de outros vasos de barro, onde se criam as clássicas ervas caseiras, a « erva-da-fortuna », ou a avenca de folhagem miudinha e pendente, nada há que salientar. O aproveitamento das aparas de cortiça torna esses vasos incaracterísticos e inestéticos. No Alentejo , porém, com boa cortiça, armam uns vasos, cónicos ou em pirâmide, cujo exterior se reveste de uma constelação de ornatos muito singelos, entre os quais não raro se mistura o inevitável coração. É deste género o vaso que represento em gravura e que provém do concelho de Montemor-o-Novo .  Pendem-lhe das esquinas séries de borlas alongadas; cravejam-lhe as faces numerosos pregos de cabeça

A Serra da Estrela no mês de Janeiro de 1911

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Pastor da Serra da Estrela com o seu rebanho A serra, nesta época, está coberta de neve; é um lençol orografado de que o sol tira reflexos estranhos ao chapejá-lo nas tardes. Ao longe, os píncaros recortam-se, erguem-se como agulhas finíssimas para o céu azul, cavam-se os barrocais em declives brancos, geladas as lagoas, são extensões de uma alvura imaculada que fere a vista. É enorme o silêncio nas altitudes; uma neblina densa envolve as povoações do sopé da montanha e a neve tem efeitos maravilhosos nestes dias, em que o pastor se recolhe, fugindo ao frio, com o seu gado. Nas extensas geleiras, há reflexos azuis de aço temperado; de quando em quando, ao menor raio de sol, surgem as cores iriadas, ressaltam palhetas d'oiro num esplendor; alguns trechos parecem espelhos em cintilações vivas, outros têm tons alaranjados, todos os cambiantes, todos os deslumbramentos. As árvores, com as suas camadas de neve, parecem dar frutos, que são lindos pingentes de cristal, finíssimos,

Trajos de Entre Douro e Minho (2)

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Camponesas de Portuzelo (Viana do Castelo) Trajo de Domingo (Viana do Castelo) Poderão aceder à descrição de trajos desta e de outras regiões aqui . Fonte: Etnografia Portuguesa - Tentame de Sistematização pelo Dr. José Leite de Vasconcelos

Trajos de Entre Douro e Minho (4)

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Chapéu de palha (Norte de Portugal) Croça (Minho) Poderão aceder à descrição de trajos desta e de outras regiões aqui . Fonte: Etnografia Portuguesa - Tentame de Sistematização pelo Dr. José Leite de Vasconcelos

Trajos de Entre Douro e Minho (3)

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Tipo de Barcelos Jangadeiro - Anha (Minho) Poderão aceder à descrição de trajos desta e de outras regiões aqui . Fonte: Etnografia Portuguesa - Tentame de Sistematização pelo Dr. José Leite de Vasconcelos