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Varina de Lisboa - Trajo antigo (1898)

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As varinas de Lisboa As varinas eram mulheres que trabalhavam essencialmente como vendedoras ambulantes de peixe nos bairros ribeirinhos de Lisboa. Tiveram origem na  comunidade ovarina  (de Ovar!) que se estabeleceu em Lisboa. Eram conhecidas por sua forma peculiar de vestir, com saias coloridas de várias camadas, aventais bordados, lenços na cabeça e grandes cestas nas costas., e particularmente pelos seus pregões! Além de venderem peixe fresco, as varinas também cantavam e dançavam enquanto percorriam as ruas para atrair os clientes. Elas desempenhavam um papel importante na cultura popular de Lisboa, sendo frequentemente retratadas em canções, pinturas e literatura. No entanto, com o desenvolvimento da indústria pesqueira e a modernização do comércio, a presença das varinas começou a diminuir, até praticamente desaparecer no século XX.  Lisboa - A Varina, trajo antigo, aguarela de Roque Gameiro "Branco e Negro", nº92-96 - 1898 Ó varina, passa ... Ó varina, pass

Tipo de mulher das províncias do Norte de Portugal

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As províncias do norte de Portugal são as mais ricas em costumes, ou melhor vestuários, variados, alguns muito garridos, e outros mais modestos e até mesmo monótonos e tristes pelo dominante de cores escuras. O tipo de mulher, usando de capa, que reproduzimos (...), não se pode precisar que pertença a esta ou aquela aldeia ou vila, mas é comum nas províncias do norte de Portugal , onde o uso de capa se torna mais necessário, contra os rigores do inverno. A capa costuma ser de pano preto ou azul, umas vezes guarnecida de um largo galão de seda com lavores em relevo, e outras vezes lisa. Sempre farta e muito rodada, leva pano com que vestiriam dois ou três homens de boas calças e jaquetas. E é justamente nessa fartura que consiste o luxo de tais trastes, que só pelo peso atestam bem que os ombros que os aguentam não se vão abaixo com bagatelas. Apesar da capa ser, ao que parece, destinada para abrigar o seu dono do frio, isso não impede que seja usada mesmo em dias de calma,

Mulher do Alto Minho - Costumes Portugueses

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Mulher do Alto Minho Costumes Portugueses ( Desenho de M. de Macedo ) Com a saia farta e muito rodada, ornada de uma larga facha escura, avental de cor, também terminado por uma facha ainda mais larga, chinela de bico, colete enfeitado de botõezinhos miúdos, lenço deitado pelas espaldas cujas pontas se vem cruzar no peito, e sobre o qual se voltam em torno do pescoço os folhos que guarnecem o cabeção da camisa de linho ou estopa, e alguns colares ou cordões donde pendem um coração, uma cruz ou outras medalhas, caminha para o mercado ou para a feira a jovem aldeã. Sobre o lenço que apenas cobre o alto e a parte posterior da cabeça pousa a sogra ou rodilha em que assenta o canastrel, onde leva o que há-de ir vender. As mangas arregaçadas deixam ver dois braços roliços mas alvos, e por entre a saia e o colete espipa na cinta um refego da camisa. Sem perder tempo para o trabalho vai fiando a sua rocada de linho , e quando voltar a casa terá feito algum negócio, e trará meia dúzia

Uma ceifeira do Alto Minho em 1883

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Uma ceifeira da província do Minho Costumes Portugueses ( Desenho do natural por M. Macedo )   A nossa gravura representa uma ceifeira do Alto Minho , com os seus costumes pitorescos e excêntricos, que constituem uma verdadeira riqueza artística para os pintores do nosso país. É mais um estudo dos costumes nacionais da vasta e opulenta galeria de Manoel de Macedo , um dos poucos que sabe avaliar e explorar o pitoresco português. "Occidente", nº150 - 21 de Fevereiro de 1883 (texto editado e adaptado)

Mulher de Grijó | Tipos portugueses do Norte

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  Mulher de Grijó “ Grijó é povoação do Douro pertencente ao concelho de Vila Nova de Gaia e distrito do Porto. Está situada numa baixa, perto do oceano, em terreno bastante acidentado, que a torna muito pitoresca, como pitorescos são os trajes dos seus habitantes, de que apresentamos a nossos leitores um belo tipo de mulher de Grijó, uma lavradeira, com o seu traje de dia de festa. Saia de pano bem rodada, corpo de veludo com bandas e canhões enfeitados a tufos de seda que forma também cinto. Canhões e gola guarnecidos de renda. Sobre o colo assentam lhe os corações e estrelas de filigrana de ouro que lhe pendem de grossos cordões do mesmo metal precioso, pendendo lhe também das orelhas compridos brincos de ouro, como cachos, que vem confundir se no aurífero colo reluzente que nem mostrador de ourivesaria. Algumas destas mulheres trazem em cima de si um quilo e mais de ouro, que é todo o seu luxo e muitas vezes todos os seus haveres, pois nele convertem as suas economias

Sorrisos à beira mar (3)

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«(… ) Há uma ou outra destas mulheres ali pelo litoral, Costa Nova, Buarcos, Furadouro, ou S. Pedro de Moel, rapariguitas que começam por brincar na praia com os pequenitos nestes tempos serenos, deixando-se balancear nas minúsculas meias luas; que ávidas de brincadeira vão com os pais a pescas distantes e por fim abraçam numa loucura a profissão como um homem e não receiam o mar enfurecido.  Andam por lá; têm o seu quinhão nas pescas; vestem a castorina dos marinheiros; as camisolas de três botões, até as calçotas de quadrados; usam o barrete e lembram gentis rapazes: as outras fazem-lhes troças.  Um dia, porém, tudo aquilo muda.  O lépido e ágil mocinho de bordo que trepava pelo mastro da embarcação, o forte remador de calçotas de castorina vai dizer ao pai que deseja os seus trajos de mulher, as saias de roda, a cinta de franjas, as roupinhas claras, as tamanquinhas bordadas, que quer cordões e arrecadas e um lindo lenço vermelho para a sua cabeça, onde o cabelo cresceu e o velho m

Sorrisos à beira mar (2)

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«(…) E porque o mar é assim, quase sempre durante toda a quadra no litoral português, as mulheres da beira da água vivem como ele vive e todos os trabalhos, todas as fainas, todas as canseiras se transformam em risadas, em alegrias, num louco foliar.  Parecem nereides as raparigas, mas nereides enroupadas nesses graciosos trajos vareiros que ocultando encantos mais apetecidos os tornam. Elas nas tardes de domingo, quando o trabalho afrouxa, riem e são como crianças diante dessas águas;  os barcos que têm visto e resistido às grandes tempestades, os saveiros, as meias luas de modelo frígio, que têm lutado com as ondas, são como as carcassas amigas onde se vão meter, e é de dentro delas, em pé, como amazonas, os seios resaídos, os bustos fortes, que soltam as suas cantigas;  outras dormem embaladas por aquela paz e procuram sempre a sombra do velho barco, que já não vai ao mar e que para ali está como uma relíquia, para abrigar a sua sesta bem ganha.(…)» Texto (editado e adaptado à gra

Sorrisos à beira mar (1)

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« A velha evocação de uma mulher de luto olhando o mar com uma profunda expressão de revolta como a acusá-lo de lhe ter roubado alguém, figura que fica bem sobre uma penedia, num cenário de roma que, evola-se, esfuma-se, perde-se ante o lindo aspecto das praias de Portugal neste tempo. No seu lugar surge então outro vulto, mas esse todo de graça, todo de mimo, todo de alegria; é também uma mulher, uma rapariga que sorri ao mar; da sua boca cor de rosa parece sair o cicio dum beijo para a água azul, mansa e dourada do formoso oceano. E ao lado desta figurita simbólica dos povoados da orla de água, de Âncora a formosa, Lavadores e Apúlia, Leça, Matosinhos e Varzim, Vila do Conde, Espinho, terras do litoral português, surgem outras, muitas outras, mas essas animadas, rindo, folgando, brincando com a água sua amiga; encarando-a e mirando-se nela com uma ternura infinita, com o gozo todo íntimo que as mulheres têm diante dos espelhos (…)» Texto (adaptado à grafia actual) e imagens: