Danças Populares e Tradicionais Portuguesas (2)
Bailinho da Madeira - Ilustração de Mário Costa (1902-1975) |
De certo que já todos viram dançar o “Bailinho da Madeira” ou
pelo menos, tal como ele é conhecido no continente: um grupo, vestido com o
traje típico da ilha das flores, que dança em torno do instrumento regional típico
da Madeira: o brinquinho.
É um instrumento composto por um grupo de sete bonecos de
pano e traje regional com castanholas e fitilhos, dispostos na extremidade de
una cana de roca e animados por movimentos verticais na mão do portador, isto
é, o bailinho tal como a maioria das pessoas o conhece.
No entanto existe outro, trata-se do bailinho que surge nos
arraiais típicos da ilha, onde se canta ao desafio e se dança em coreografias
inventadas no momento. A este divertimento dá-se o nome de brinco.
É cantado e dançado por todos, sem qualquer regra ou
restrição. Não é necessário traje, pois basta querer para entrar na roda. Saber mais...
Cabeça erguida, corpo firme e pernas leves, estes são os
requisitos necessários para ser um bom fandangueiro. De polegares nas covas dos
braços “fogoso e impaciente como um puro lusitano. O autêntico fandango
aparece-nos na pessoa do campino, que só se digna dançar de verdade, quando
baila sozinho".
Como refere Pedro Homem de Mello, no seu livro “Danças Portuguesas”, quer seja na
lezíria quer seja na charneca, o fandango é o rei da dança no Ribatejo. É uma dança de despique e de
desafio que o homem leva a cena, ostentando toda a sua virilidade e capacidades
individuais.
Houve quem o definisse como dança inebriante, viril,
alucinante, interpretada por garbosos e orgulhosos campinos, temerários e
arrojados nas lides taurinas, pois dela não se pode excluir o trabalho na
lezíria bem como o gosto e a força para enfrentar a braveza do touro. Saber mais...
Vira da Nazaré - Ilustração de Mário Costa (1902-1975) |
"Não vás ao mar toino".
Este é um dos versos mais
populares do Vira da Nazaré. Como não poderia deixar de ser, em terra de
pescadores, o mar é quem mais ordena. Põe e dispõe da vida das gentes. É dele
que depende o seu dia-a-dia.
É ele que lhes dá o pão, as alegrias e as angustias. E para
expressar tudo isso, os pescadores e as suas mulheres sempre deram primazia à
música e à dança. Prova disso são os ranchos folclóricos que foram surgindo naquela
localidade piscatória.
Antigamente, mal vinham da faina do mar, os pescadores pegavam no harmónio, num cântaro e num abano de assar a sardinha, numa garrafa e num garfo, que colocavam dentro para dar ritmo, nuns ferrinhos, nas velhas violas, nas flautas e nas pinhas que passavam uma na outra e partiam para a folia, para as festas da Senhora da Luz, de S. Brás e de Santo Amaro, nos arredores da Nazaré. Saber mais...