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Aldeões Portugueses (Norte de Portugal) - 1884

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Aldeões Portugueses “A nossa (…) gravura representa um grupo de aldeãos do norte do país, com os seus trajos simples, elegantes e característicos. Quem percorre a formosa província do Minho tem ocasião de admirar a prodigalidade com que a natureza espalhou (...) pelos seus vales e pelas suas encostas as joias mais delicadas do seu cofre de maravilhas. Aqui é a extensa várzea com as suas messes douradas pelos fulvos raios do sol de julho ; além, os virentes prados onde a foucinha do segador encontra quotidianamente pasto abundante e mimoso para abastecer as manjedouras dos currais; acolá, é a escarpa da montanha, sombreada por maciços de arvoredo, onde pela solidão das noites o rouxinol deixa ouvir os seus suavíssimos gorjeios; lá em cima, é o cerro alpestre donde brotam, em cascatas, as torrentes dessas águas, que vêm fertilizar as veigas e formar as poéticas ribeiras, que cortam em todos os sentidos as povoações do Minho , nutrindo e alimentando a pujante vegetação que al

Costumes Portugueses: na volta do trabalho

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Costumes Portugueses: na volta do trabalho (Cliché do sr. Miguel Monteiro , de Vila Real) Ilustração Portugueza, 28 de Abril de 1916 A fotografia "não engana"...  Embora as crianças estejam colocadas em pose para o fotógrafo, as roupas que envergam são como as dos adultos, embora adaptadas ao respectivo tamanho. Infelizmente, continuamos a ver, com tristeza, Grupos que se dizem " etnográficos " a trajarem as respectivas crianças com roupas bem diferentes destas!... A pesquisa ainda deixa muito a desejar. JP Sugestões: Trajes regionais femininos do Norte, por ocasião da visita d'El-Rei ao Norte (1908) Lavrador de Carriça em 1896 | Tipos do Norte Lavradeiras de Santa Marta (Viana) espadelando, fiando e dobando o linho

O gaiteiro do Bombarral (1910)

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O gaiteiro do Bombarral O gaiteiro que acompanhou a comissão do Bombarral que foi a Lisboa manifestar a sua adesão à República , que tinha sido declarada no passado dia 5 de Outubro . “ Ilustração Portuguesa ” – nº 249 – 28 de Novembro de 1910 Sugestões: A capucha era usada por homens e mulheres A vendedora de refrescos - tipos de Lisboa (1905) Carro de visitas usado na Ilha da Madeira nos finais do séc. XIX

A vida dos marinheiros do Rio Douro (3)

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«Barco rabelo carregado de pipas, atracando ao cais da Carvoeira, no Porto «(…) Nos « barcos rabelos » ao passar nas graníticas « galeiras » do « Escarnicha » que, como outras colunas de Hércules, defendem a infortunada « Terra do Vinho » - eis que das « apégadas » grita o « mestre »: - Bota fora o Frade! E nisto o moço do barco empunha a «trombeta» e dela tira sons que levados de ribanceira em ribanceira vão ao longe ecoar… Por detrás da montanha, na margem esquerda, em lugares populosos antigamente, vivem quase em alfobre as famílias da « maruja » do Douro. Ao ouvirem esse sinal, as famílias dos « marinheiros » ausentes vão postar-se à espreita e mal hão reconhecido os seus, eis que por atalhos, verdadeiros carreiros de cabras, descem até ao rio e os « marinheiros » do barco deixam de remar no « pego » e atracam na praia. «Barco rabelo» a subir o Douro em frente ao Porto E é do abraço dos velhos pais já decrépitos, das mulheres que os filhos trazem ao colo ou das namo

Trajos de Entre Douro e Minho (1)

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Mulher de Mantilha (Viana do Castelo) Homem com jaqueta e mulher com capa, saia e blusa Poderão aceder à descrição de trajos desta e de outras regiões aqui . Fonte: Etnografia Portuguesa - Tentame de Sistematização pelo Dr. José Leite de Vasconcelos ***** “ Entre-Douro-e-Minho  foi o núcleo da  Terra Portugalense , gravitando em torno da metrópole de Braga (o arcebispo é, como o de   Toledo,  primaz  das Espanhas), da corte de Guimarães e do burgo   marítimo do Porto; este, também sede de antigo bispado, contra o   qual a gente do concelho se rebelou sempre quando o seu jugo pretendia tornar-se pesado, mais tarde a segunda cidade do país em população e importância económica e política. Esta província tem maior   densidade de cidades e vilas urbanas do que qualquer outra, portos interiores e de mar e uma concentração vertical de indústrias tradicionais.”  Orlando Ribeiro Sugestões: Trajos de Entre Douro e Minho (2) Trajos de Entre Douro e Minho (3) Trajos de Entre Douro e Minho (4)

A vida dos marinheiros do Rio Douro (2)

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Marinheiros carregando pipas de vinho no «barco rabelo»  «(…) Atingindo o barco o seu destino, muitas vezes à custa de remos e puxado à «sirga» pelos « marinheiros », ou seja em Riba-Corgo ou Baixo-Corgo , vai um da companha participar a chegada ao lavrador ou ao comissário de vinhos. Pelos íngremes caminhos rústicos, verdadeiros « gorrêtas », descem até ao cais carros de bois a carregarem pipas vazias, que voltam a trazer cheias das adegas. Interessante e digna de estudo também a vida trabalhosa dos carreiros do Douro ! Reboladas as pipas, cheias do mais afamado e precioso dos vinhos , sobre as pranchas, para o barco, pela « maruja » às ordens do « feitor » - ei-lo ali vai, rio abaixo, ao sabor da corrente, enquanto os « marinheiros » cantam e riem, conversando uns com os outros por meio de cantigas em que o verso é incorrecto e o estilo monótono, mas tão cadenciado e harmónico como o bater das « pás » abrindo em laivos cristalinos a água profunda!   «Barco rabelo»

A vida dos marinheiros do Rio Douro (1)

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   «O « barco rabelo » é talvez a última relíquia das primeiras embarcações peninsulares e, pelo seu todo característico, pelo seu aspecto nunca modificado, é porventura ainda o mesmo que os Fenícios construíram quando, nos tempos lendários da História Antiga, demandaram as costas lusitanas e ganharam os rios.  O célebre historiador Estrabão refere-se aos « barcos rabelos ». «Barco rabelo» subindo o Douro,   em frente à Ponte do «Porto Manso»  Nenhum outro barco pode navegar o Douro e, se às vezes, nas «barcas de passagem», o tipo fundamental sofre modificações, quer sejam guiadas pelas fortes moçoilas de Avintes , nos arredores do Porto, ou liguem, em Cima Douro, a Beira esforçada a Trás-os-Montes enérgico – a sua configuração não muda, é a mesma, só adaptada a outro fim. «Barco rabelo»   atracando ao caes dos Guindaes no Porto Minguado no verão o Douro que navegam, no Inverno parece um mar; e é por isso que se chamam «marinheiros» aos tripulantes dos « barcos rabelos », res

Os carreiros do Douro (2)

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Na sequência do post anterior ... António Luís Pinto da Costa, na sua obra « Alto Douro – terra de vinho e de gente » (Edições Cosmos, Lisboa, 1999), escreve que «(…) Os cascos eram transportados pelas empinadas veredas e calçadas alto-durienses em carros de bois, especialmente concebidos para essa função:  o cabeçado era ligeiramente encurvado para cima para não estrangular os animais nas descidas;  o chedeiro não tinha soalho, ficando com as travessas à vista para ser mais leve;  as chedas , levemente encurvadas para dentro, prologavam-se para além da última travessa do leito, para que nelas pudesse assentar-se, atravessado, um pipo de vinho, o penso dos bois ou o que fosse preciso para a viagem; as rodas, embora de madeira, tinham amplos espaços vazios e reforços de grandes pranchetas de ferro ( meias-luas ou seitoiras ), para se tornarem leves e resistentes;  as molhelhas , feitas de couro e forradas a pano vermelho protegiam a cabeça do animal: o chiadoiro do eixo nas treito

Os carreiros do Douro (1)

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Vila Real - Entrada da Quinta da Raposeira Amílcar de Sousa, num artigo intitulado “ A vida dos marinheiros do Rio Douro ”, escrito em Cheires, freguesia de Sanfins do Douro e concelho de Alijó, em 7 de Março de 1906, e publicado na  Illustração Portugueza  – nº9 S/d (1906), e do qual publicámos neste blogue alguns extratos, acompanhados de fotos, afirmava: « Interessante e digna de estudo também a vida trabalhosa dos   carreiros do Douro ! ». A propósito desta afirmação, publicamos hoje dois postais ilustrados:  dois carreiros do Douro  a transportarem pipas de vinho para a estação dos caminhos-de-ferro em Vila Real (cerca de 1912), que fica a pouco mais de 100 metros do local onde foi tirada a fotografia, e a imagem da referida estação de caminhos-de-ferro, na mesma altura. Sugestão de leitura: " Os carreiros do Douro (2) " Vila Real - Estação do caminho de ferro Edição da Casa - M. J. David Guerra . Villa Real Postal Ilustrado - Fototipia - c. 1912 Reedição dos Serviços M

Mouçós - Vila Real | Costumes Portugueses

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Mouçós é uma das atuais 20 freguesias e união de freguesias (conjuntamente com Lamares) que fazem parte do concelho de Vila Real . Nesta freguesia localizam-se: - o Santuário de Nossa Senhora da Pena Neste santuário realiza-se, anualmente, no 2º fim-de-semana de Setembro, uma das romarias mais concorridas da região.  No Domingo, uma monumental procissão com andores que chegam a atingir mais de 20 metros de altura e que precisam da força de mais de 100 homens para os transportar.  À noite, é interessante ver a largada de fogo de artifício. - a Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe (IIP) Foi construída no séc. XV. É globalmente românica, embora a fachada principal e o arco cruzeiro pertençam ao gótico.  Tem no interior sepulturas datadas dos séculos XVI e XVII, e podem apreciar-se alguns frescos num das paredes da capela-mor.  Revela ainda vestígios mudéjares do antigo tecto, nos caibros do coro. - uma Arca Tumular Românica anexa à Igreja do Salvador, Paroquial de Mouçós (IIP). Ad