Lavadeiras de Mafamude (Cliché do distinto fotógrafo amador, do Porto, sr. Eduardo Paulo) Ilustração Portugueza - 15 de Junho de 1914 As Lavadeiras em Portugal As lavadeiras sempre desempenharam um papel importante na sociedade portuguesa ao longo dos séculos. Elas eram mulheres responsáveis por lavar roupas, lençóis e outros tecidos, utilizando métodos tradicionais que exigiam conhecimentos, habilidade e força física. Antigamente, as lavadeiras reuniam-se em pontos de água, como rios, riachos ou lavadouros públicos (comunitários), para realizar suas tarefas. Elas usavam tábuas de pedra ou madeira, esfregavam as roupas com sabão e batiam para remover a sujidade. A técnica era conhecida como "bater a roupa" e requeria muito esforço físico. Essas mulheres costumavam trabalhar em grupo, compartilhando histórias, risadas e até mesmo canções. Eram momentos de sociabilidade, em que as lavadeiras se mantinham informadas sobre o que acontecia na comunidade e trocavam exp...
Tomaz Ribas , no seu livro " O Trajo Regional em Portugal " afirma que a paisagem do Minho , " variada de vales profundos e espraiados, litoral recortado e serras que se alongam para o interior desde Arga ao Gerês, tem de marcar necessariamente o trajar do minhoto, ora pela exuberância da cor e do desenho, ora por uma frugalidade contida ." O traje de lavradeira "É mundialmente conhecido o traje domingueiro de lavradeira vulgarmente conhecido por “ traje à vianesa ”. Por estes dias, vemo-lo a desfilar por todas as romarias da nossa região, na Senhora d’Agonia e nas Feiras Novas , no São João d’Arga e nos festejos da Senhora da Bonança . Mas, afinal, de que se trata realmente o traje de lavradeira ? De uma forma genérica, o traje à lavradeira era a roupa que a mulher do campo usava nas suas lides diárias como em dias de festa e de romaria, diferenciando-se naturalmente a que empregava no trabalho da que guardav...
Costumes Portugueses - Mulher dos arredores do Porto (Desenho natural por M. Macedo) "A gravura (...) representa um dos variados tipos de mulheres do Douro que, todos os dias se avistam na cidade do Porto, onde vêm vender nos mercados as frutas, hortaliças, legumes, etc. das suas aldeias. O seu trajo é extremamente pitoresco, realçado pelo ouro que lhe pende das orelhas e do colo [ pescoço ], indo descansar sobre o peito que fica completamente coberto de corações e imagens da virgem, tudo de filigrana do precioso metal. Esta riqueza representa ordinariamente o fruto das suas economias e quanto tem quanto trazem em cima de si, e a paixão que têm pelas joias obrigam-nas muitas vezes às maiores privações, para adquirirem mais um coração, mais uma conta para o colar de ouro , etc. Estas mulheres do Douro , assim como as do Minho são de uma grande atividade, trabalhando na lavoura e no seu comércio com mais vigor que os homens daquelas províncias." In " Occidente ...
Trajos do Minho Mulheres com Trajos de Cerimónia, Festa ou Romaria «O traje de cerimónia era concebido para ocasiões de grandes festividades familiares ou colectivas. Quer se destinasse para o casamento dos filhos, quer para vestir o «juiz» ou «mordomo», depositário de confiança da comunidade e seu representante nas festas colectivas, era o prestígio de uma «casa», que se punha à prova dos olhares avaliadores de povoação. O prestígio alcançado por essa família ultrapassava-a e tornava-a extensivo a toda a comunidade. Era um factor de coesão.» Ler+ Trajos do Minho Homens e Mulheres com Trajos de Trabalho e utensílios agrícolas «O traje de trabalho também designado por traje de cotio ou traje da semana, vestia-se como o próprio nome indica, durante a semana, para trabalhar. Com características próprias, de acordo com a função a que se destinava, havia de reflectir a imagem que a comunidade tinha acerca do trabalho e as relações sociais construídas segundo e...
Exemplos de casas tradicionais portuguesas segundo ilustração publicada na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira Sugerimos a leitura do artigo A arquitetura e a engenharia na criação da casa tradicional. “A concepção de casa tradicional do ponto de vista arquitetónico assenta na reunião das linhas estéticas do edifício que variam consoante a região e os hábitos culturais onde se insere. De igual modo, a engenharia que é empregue na concretização do projecto arquitectónico corresponde às exigências naturais e culturais que presidem à sua construção, nomeadamente as características dos materiais e as suas necessidades de utilização. E, falamos de projeto arquitetónico uma vez que, por mais elementar que seja o seu planeamento, sempre que alguém se propõe a edificar algo, tem sempre presente uma ideia, ainda que rudimentar, daquilo que vai construir – o projeto! Tal como sucede com o vestuário, também a casa tem como função primordial o refúgio, a proteção e o bem-esta...
O fim do Mercado de São Bento – Lisboa (1938) “O velho Mercado de São Bento vai desaparecer para dar lugar a coisas mais belas e oportunas. Com 57 anos de idade - completou-os no dia 1 de janeiro - não pode dizer-se que morre muito criança. Para um mercado que não evoluiu é a decrepitude. (...) No terrado podiam instalar-se centenas de vendedores com as suas mercadorias. Davam entrada para o Mercado três vistosos pórticos de ferro que os críticos de há meio século classificaram de «incontestável beleza». Na parte central havia um pequeno jardim triangular em cujos vértices haviam sido colocados marcos fontenários para serventia pública. Nada ali faltava. O Mercado era um verdadeiro mimo, e como tal deveria ser considerado pelos moradores do sítio. Encontravam-se ali lugares de frutas, hortaliças, aves, carne, peixe, bebidas e toda a espécie de víveres tabacos, louças, objetos de vestuário, calçado e muitos outros artigos. Quem é que se não lembra ainda do homem das...
Vestuário das mulheres da ilha Terceira - Açores: capote e manto "Na cidade [ Ilha Terceira ], as mulheres usam, como trajos regionais, o manto , capote e a capa . O manto consiste numa saia preta de merino feita às pregas, e da cintura para cima uma espécie de capuz, onde se fecham as costas e a cabeça, sendo a parte a parte superior forrada com um papelão, deixando uma abertura à frente, que a mulher abre e fecha à vontade, podendo ocultar o rosto de modo a poder ver e não ser vista. É trajo que ainda hoje está muito em uso, dando às mulheres um aspecto de freiras mendicantes. A capa hoje aparece pouco, mas foi peça de vestuário tão importante que antigamente era obrigatória no enxoval da noiva. É uma capa vulgar, com farto cabeção até abaixo da cintura e fechada no pescoço, ficando a cabeça envolvida numa espécie de capuz comprido, no extremo do qual há uma roseta; tudo isto é feito de pano fino. O capote hoje quase não aparece; era usado por pessoas idosas. É s...
Imagem de Nossa Senhora do Minho existente no Santuário do mesmo nome, no cimo da serra d’Arga , no concelho de Caminha . Apresenta-se vestida com o tradicional traje domingueiro, vulgo “ Traje à vianesa ”. Quem sobe a esta elevação consegue avistar as povoações em redor dos concelhos de Viana do Castelo, Ponte de Lima, Vila Nova de Cerveira e, com tempo favorável, até Braga e Valença. O local continua a ser habitat do garrano , a raça cavalar mais característica da região. (Foto e texto de Carlos Gomes) Por sugestão de um visitante deste blogue, colocamos uma imagem de Nossa Senhora do Minho, em pedra. (Foto de A. Vila Verde, retirada do Panoramio ):
Desfile da Parada Agrícola Cliché Benoliel Esteve em festa a pitoresca e antiga vila que D. Sancho I fundou na margem direita do Tejo a uns 14 quilómetros a E. de Lisboa, em extensa planície, que aquele monarca doou aos flamengos, para nela se estabelecerem, dando-lhe todas as franquias, de que lhe provem o nome de Franca , e o sobrenome de Xira , corruptela de Cira , como então se denominavam os terrenos de matagal inculto. Gloriosa é a sua história pela parte que sempre tomou nas guerras desde os primeiros tempos da nacionalidade portuguesa até as lutas que precederam a implantação do actual regime, e se isso não basta se para a notabilizar entre as terras deste reino, mais tem ainda de que se orgulhar por ter sido berço desse ínclito e assombroso vulto da história pátria, que se chamou Afonso de Albuquerque , e que, em 1453, nasceu na quinta do Paraíso situado entre esta vila e a de Alhandra, do seu concelho. Vila Franca parece querer ressurgir aos seus tempos áureos de imp...
A leiteira, em Lisboa, a pregoar o seu leite! Lisboa de pregões sonora e linda, Lisboa de pregões, linda e sonora, Frases cantantes de saudade infinda, Vozes que a chama da alegria cora. Os pregões de Lisboa - cantilena, Notas confusas de pregões sem fim, Alguns chorosos, trémulos de pena, Outros vibrando em notas de clarim. Duas simples palavras sem enfeite - Mas numa voz de tal suavidade! - A adorável meiguice do «iá leite!» Adorável de graça e de saudade. Quem tão doce pregão cedo apregoa Na rua triste, quási sem ninguém? É a varina , a leiteira de Lisboa, De pés bem feitos, nús, pisando bem! Como é graciosa e linda!... E com que planta Corre essas ruas de Lisboa inteira. Tem raça grega - é neta da Atalanta, Essa escultura viva, essa leiteira! Martinho de Brederode Fonte: " Ilustração Portuguesa ", nº381 - 1913 As leiteiras de Lisboa No início do século XX, as leiteiras eram figuras conhecidas e essenciais nas ruas de Lisboa. Mulheres corajosas...