Mulheres, com trajes regionais minhotos, numa espadelada!


Uma espadelada (c. 1900)

A espadelada merece descrição especial: a dona do linho chama mulheres para a espadelada, por favor, não por paga.

O trabalho é feito ao luar, num terreiro, ou com luz, mas sempre fora de casa.

Assistem homens, que formam uma roda ou um quadrado, no terreiro, como espectadores.

As mulheres sentam-se ou estão de pé (Cerveira), cada uma junto do seu cortiço, que é aberto para cima ou por baixo.

Por entre as mulheres andam rapazes ou crianças a distribuir os anacos às espadeladeiras.

A espadeladeira tem na mão esquerda o naco e na mão direita a espadela, com a qual bate no anaco, posto à beira do cortiço.

Assim que o anaco está espadelado, põe-se de lado e recebe-se outro do distribuidor.

Enquanto espadelam, cantam em coro: uma começa o canto e as outras continuam.

Entrementes vêm os namorados, que se sentam ao pé das espadeladeiras; alguém trouxe música (harmónico, viola).

No fim da espadelada dançam todos.

Quando acaba a espadelada, a dona dá de comer: sardinha, pão e vinho (se o há na terra).

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Imagem: "Memórias do Reino de Portugal"

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