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Tipo de mulher de Montemor-o-Velho em 1913

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Tipo de mulher de Montemor-o-Velho Augusto Nunes Pereira , em 1933, referia-se a esta feira [ Feira Quinzenal de Montemor-o-Velho ] assim: “a quarta-feira em que há feira é quarta-feira casada; aquela em que não há feira é quarta-feira solteira. (…) O cereal entra no mercado entre as sete e as oito horas (…)  Às onze horas está terminada a feira dos cereais. (…) É agora a ocasião mais movimentada.  As mulheres passam umas pelas outras, com cestas à cabeça, e na cesta a mercadoria já comprada; misturam-se as cores dos trajes contrastando os escuros dos gandareses com os berrantes da Carapinheira, do Moinho da Mata, de Pereira, de Formoselha e de outras terras.  Entre a algazarra sobressaem os gritos dos leiloeiros e dos vendedores ambulantes, ou a estafada arenga dos charlatões aos simplórios que os escutam”. Fontes - Imagem: " Occidente ", nº1248, 1913 | Texto  (editado) Sugestões: A Indústria Chapeleira e o Traje Tradicional - Minho Queluz (Sintra) - Feira anual e &qu

Festejos de São João

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Festejos de São João As Marchas Populares - Saltar a fogueira - Balões pelos ares - Manjericos Entrámos em Junho e com ele no solstício do Verão . Salta-se a fogueira pelo S. João , brinca-se com alcachofras e martelinhos, tréculas e zaquelitraques, canta-se e dança-se.  Pela calada da noite, invadem-se os quinteiros, assaltam-se as eiras e roubam-se vasos com plantas, carroças e carros de bois para seguidamente os levar para o centro da povoação. São as festas são joaninas, assim designadas em virtude da Igreja Católica ter atribuído a esta data o nascimento de S. João Baptista . É uma reminiscência de antiquíssimos rituais pagãos relacionados com o Solstício de Verão e ainda com a adoração do fogo.  De resto, o fogo adquiriu desde sempre um carácter sagrado ao ponto de ter sido deificado.  Ler+ Imagem. " Ilustração Portuguesa ", nº86 - 26 de Junho de 1905 Sugestões: Campinos do Ribatejo Refeição no Douro em tempo de vindimas Romaria ao Senhor da Serra - Belas - concelho

Cruzeiros e Alminhas no Gerês

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Alminhas da Candorca (Rio Caldo) Cruzeiros Entre as afirmações da velha fé que embalou as mais remotas gerações e que ainda de onde a onde se encontram para autenticar a veneração e o respeito com que se têm conservado, deparam-se-nos em algumas freguesias da Serra os cruzeiros colocados à sua entrada. Estudo interessante seria o que deles se fizesse, mas, à falta disso e apenas como subsídio para futuro, que alguém possa servir, damos aqui a reprodução de dois cruzeiros de freguesias do Gerês , para ambos os quais foram aproveitados marcos miliários da via militar, que de Braga se dirigia, atravessando a Portela do Homem , por Astorga a Roma , ambos do imperador Décio (anos 249-251 da era cristã): são os cruzeiros de S. João do Campo e de Covide . O marco do Cruzeiro do Campo , como é chamado, é um monolito cilíndrico de granito, possivelmente erguido no primitivo local onde fora colocado, encimado por uma cruz com o Cristo . Está resguardado por uma cobertura de madeir

Os Pauliteiros de Miranda e a Dança dos Paulitos

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Os Pauliteiros de Miranda que se exibiram nas festas da rotunda (1906) A famosa dança dos paulitos , vulgarmente conhecida em Portugal pela denominação de « Pauliteiros de Miranda », está actualmente circunscrita, em nosso País, a alguns concelhos de Entre-Douro e Sabor , no Nordeste, sendo o concelho de Miranda, aquele onde se guarda ainda com todas as características e regras tradicionais. Não é única. Estende-se por toda a Espanha com a mesma forma e traços mais ou menos idênticos. Deve por isso considerar-se uma Dança Peninsular. A sua origem é obscura. Querem que seja a Dança Pírrica dos gregos, mas sem fundamento sólido. É possível que algo dela tenha vindo, através dos gregos e romanos; e os celtiberos, com elementos das três culturas e os séculos medievais com a nova cultura cristã e rural, a tivessem completado como hoje existe. Ler+ Imagem: "Ilustração Portuguesa", nº 18 - 25 de Junho de 1906 Sugestões: Rancho de Camponesas de Perosinho cantou e danç

Cenas do Minho ou a força indesmentível do "sexo fraco"

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Cenas do Minho A província do Minho é tão pitoresca quanto são os seus costumes. Se por um lado a paisagem nos delicia os olhos, como a de um jardim em plena florescência, os costumes que ali se observam são tão pitorescos como a paisagem na variedade das formas e do colorido, acrescendo ainda a vivacidade dos habitantes que dão vida e movimento às cidades e às aldeias. Uma dos características da vida do norte de Portugal é as mulheres empregarem-se nos trabalhos dos campos e em outros misteres, que em geral, no sul, são reservados para o sexo forte. Assim elas cavam e lavram a terra, que os maridos, os pais ou os filhos deixaram para emigrarem para o Brasil, e esta corrente de emigração, que infelizmente não cessa apesar de todas as desilusões, é que faz com que no norte de Portugal escasseiem os braços masculinos e válidos, para só se verem, por assim dizer, mulheres, velhos e crianças. As filhas das províncias do Minho e do Douro veem-se, por isso, obrigadas a desenvolver

Nas Praias de Portugal - Espinho em 1887

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Em Espinho - Costumes ( Segundo uma fotografia de Biel e C.ª ) A alva praia de Espinho Quem há aí no nosso mundo elegante que não conheça Espinho com a sua alva praia e os seus formosos chalets ? Quem não tenha ali respirado o ar balsâmico dos pinheiros e afogado o seu nervosismo entre as espumantes ondas do oceano, que ora se espreguiçam indolentemente por sobre a branca areia da praia, ora se elevam arrogantes ameaçando os alegres chalets . E, entretanto, ainda há poucos anos a praia de Espinho era apenas frequentada por algumas famílias, do norte, que principiaram a edificar habitações para a sua estada ali. Foi assim que Espinho, uma pobre povoação de pequenas barracas de madeira mal dispostas, a que chamavam palheiros, habitadas por pobres pescadores, se foi transformando pouco a pouco na formosa povoação que hoje se vê, e cuja regularidade das suas ligeiras edificações bem arruamentadas, fazem inveja aos bairros de muitas cidades. Foi, em 1843, que José de Sá Conto,

Um pescador de Aveiro - Costumes Portugueses

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Costumes Portugueses - Um pescador de Aveiro (Desenho de M. de Macedo, segundo uma fotografia do sr. Carlos Relvas) A imagem publicada reproduz um dos tipos de Aveiro - o pescador , colhido habilmente pela máquina fotográfica do primeiro fotógrafo-amador português, o sr. Carlos Relvas, que bizarramente nos presenteou com uma primorosa fotografia. A gravura de hoje completa a descrição que Monteiro Ramalho publicou então, e tudo quanto agora disséssemos não seria mais que uma repetição, isto no que o tipo do pescador de Aveiro possa ter de especial e singular. No geral é um pescador como todos os do seu mister, que vive à mercê da bonança que o deixa exercer a sua indústria, ou morre no meio dos temporais tragado pelo mar, se estes o surpreenderam no meio da sua pesca, ou a imperiosa necessidade o obrigou a afrontar-lhes as iras. É de todos os misteres a que o homem se pode dedicar o mais rude , o mais elementar. É raro encontrar um pescador que saiba ler, cremos mesmo que n