A barca: tipo de embarcação tradicional do rio Tejo


A atestar a antiguidade das barcas como modelo de embarcação tradicional, o brasão da cidade de Lisboa reproduz a que, em 1173, por ordem de D. Afonso Henriques, transportou as relíquias de S. Vicente, do Promontório Sagrado ou seja, do Cabo de S. Vicente para Lisboa.

Ao tempo do imperador Diocleciano, foi movida intensa perseguição aos cristãos na Hispânia, tendo muitos deles sido martirizados como sucedeu com Máximo, Veríssimo e Júlia.

Também Vicente de Saragoça veio a ser martirizado por se recusar a venerar os deuses pagãos oficializados pelo Império Romano, tendo sido morto no ano 304. 

Apesar da imensa popularidade de Santo António que leva os lisboetas a saírem à rua para o festejar, é S. Vicente o padroeiro da cidade e está representado na sua heráldica também através da presença dos corvos que alegadamente velaram as suas relíquias quando estas foram transportadas para Lisboa.

Com efeito, a História revela-nos e a heráldica representa um tipo de embarcação tradicional que era bastante utilizada há mil anos, precisamente a mesma que foi empregue no cerco cristão à cidade de Lisboa e que Gil Vicente integrou nos seus Autos.


Barca dos corvos esculpida em pedra no Largo do Andaluz, em Lisboa.

Texto e fotos de Carlos Gomes

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