As vindimas na Quinta do Miradouro
Na
Quinta do Miradouro: um considerável carrego de uvas, que se destina ao fabrico
do vinho, sendo conduzido para o lagar.
Estão-se
a apanhar as últimas uvas.
Este
ano a colheita foi fraca em algumas regiões,
mas noutras foi com pouca diferença a mesma do ano passado.
Em
todas elas, porém, a vindima revestiu o seu aspeto habitual de azáfama e de
entusiasmo.
Notam
vários economistas que o nosso mal das subsistências provem, principalmente, de
que a área que cultivamos de trigo não excede 270.000 hectares, ao passo que a
aplicada ao vinho vai muito além de 500.000.
Há,
todavia, a contrapor-lhes o facto de que a sua exportação nos traz boa parte do
ouro de que necessitamos.
Dizem
que Portugal é um país essencialmente agrícola, especificando-se que é «um país de vinho".
Com
efeito, assim se reconhece ao vermos a febre em alargar a cultura da vinha à
custa da cultura do trigo e do milho, cujas áreas têm diminuído assustadoramente
nos últimos três anos.
Na quinta do Miradouro: mulheres vindimando |
No lugar da quinta do Miradouro: acarretando as uvas para o fabrico do vinho. |
Uma vista geral da importante Quinta do Miradouro, na região vinícola duriense
(Clichés
do distintinto amador colaborador artístico da «Ilustração Portugueza», sr.
António Teixeira, da Régua)
Fonte:
Ilustração Portugueza, II Série – nº
661 – 21 de Outubro de 1918