Uma casa rústica em Vieira do Minho
"Ilustração Católica", nº319, Abril 1928 |
“Absorvido pela
terra que o alimentava, a si e à sua família, o minhoto pedia à casa só um
abrigo, sem luxo nem conforto.
Mas o
desenvolvimento da lavoura e uma vida de maior desafogo vieram exigir mais
daquela que passou a ser também a sua habitação.
A casa típica,
de granito e de carvalho, associa e funde numa só, a modos de presépio, a habitação
humana e o curral do gado.
As casas são de
planta retangular e geralmente de dois pisos baixos:
– o andar
sobradado, para habitação,
– e o térreo,
para as cortes de gado e lojas.
Nos baixos
recolhe-se uma parte da alfaia e localiza-se a adega, às vezes o celeiro e até
as cortes.
Uma escada de
pedra, guardada ou não e de um só lanço, sobe geralmente ou longo da fachada e
varanda. Esta é coberta com alpendre, por onde se entra no sobrado.
A cobertura
típica, geralmente de duas águas pouco inclinadas,
– é de telha
caleira
– ou, nos casos
mais rústicos, de colmo e giesta,
como sucede em
certas aldeias do curso superior do Lima português.
No século XVIII
ainda se conservava o antigo costume de cada honrada ser coberta de colmo e não
de telha.”