A capucha era usada por homens e mulheres

Costumes femininos - Barroso 

(pub. em Emílio Biel - A arte e a natureza em Portugal, 1902-1908)

Falando de Barroso, diz o mesmo romancista em Os Brilhantes do Brasileiro (4ª ed. pág. 191): «uma terra que chamam Barroso... O sítio é triste, é montanhoso, as casas são colmadas, os alimentos grosseiros, os frios do inverno glaciais...»

A capucha tem outros nomes: capucho, corucha, corucho, crucho e crucha e corucelo (Pitões).

Usam-na homens e mulheres, mais curta no Norte (Soajo, Castro-Laboreiro, Barroso), mais comprida na Beira (Caramulo e planalto de Castro Daire), mais espessa e grosseira além, diferente lá e cá no corte geral, na forma e costura da touca. 

Todavia o aspecto de todas estas «capucheiras» (Chaves e Montanha) é idêntico.

A capucha derivou na capa de pardo, espécie de capucha sem touca, que se suspende ao pescoço, ora sem gola, ora de gola curta ou reduzida a cós, forma bem indicial da derivação, pois lembra capucha a que tivessem cortado o capuz.

Esta capa, mantéu sem botões e sem guarnições, cobre homens e mulheres, lançada nos ombros e descendente aos pés (Barroso a Montesinho e Serra de Nogueira)."

Luís Chaves

in "Ilustração", nº140 - 1931 (texto editado)

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