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Sobre o desaparecimento dos trajes populares portugueses

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  O etnólogo português Jorge Dias afirmou um dia que “ (…) Nós, portugueses, estamos não nas vésperas, mas em plena fase de perdermos toda essa riqueza do passado. Se não corrermos rapidamente a salvar o que resta, seremos amargamente acusados pelos vindouros, pelo crime indesculpável de ter deixado perder o nosso  património tradicional , dando mostras de absoluta incúria e ignorância. Se não o fizermos, daqui a duas gerações podemos ser um povo descaracterizado e profundamente pobre (…) ” Já sobre os trajos populares do nosso povo, Dutra Faria , num bem redigido artigo sobre As Tradições e o Progresso , lança este avisado conselho: « Os trajos populares, tão diversos de província para província, por vezes até de aldeia para aldeia, e tão ricos de graça, cor, de pitoresco, vão desaparecendo - e não tardará muito o dia, se depressa não se acode ao mal, em que todos os nossos campónios vistam como o «farmer» da Califórnia ou da Irlanda, em que todas as raparigas e todas as mulhe

O início de mais um projecto sobre Folclore, Etnografia e Cultura Popular

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A Equipa do Portal do Folclore Português criou [em 27.03.10] mais este espaço na internet -  Etnografia em Imagens -, através do qual pretende preservar e divulgar imagens: fotos, postais, desenhos, pinturas, aguarelas, etc. sobre aspetos  diversificados do Folclore , da Etnografia e da Cultura Popular Portuguesa , sem esquecer as Terras e as Gentes de Portugal , este pequeno mas belo “ jardim à beira mar plantado ”. Todos(as) os(as) interessados em colaborar com esta iniciativa, podem enviar, por email , fotos, postais, etc. para serem disponibilizados neste blog, desde que se enquadram nos objetivos  definidos, devendo indicar o autor, localização e todas as informações textuais que achem por bem. Para todos, os nossos agradecimentos! A Equipa do Portal Sugestões: Costume do Minho: Lavradeira conduz junta de bois! O Zé Pereira está em Fão a divulgar festas! Costumes alentejanos (Alvito) – Aguarelas de Alberto Sousa

Quentes e boas! Vamos provar as castanhas saborosas e nutritivas

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Venda ambulante de castanhas assadas, em Lisboa   « Pelo S. Martinho, castanhas e vinho ». É nesta altura do ano que coincide a abundância do delicioso fruto do castanheiro - a castanha - com a prova do vinho novo. É este o tempo dos magustos, onde se assam as castanhas e se perpetua o costume de enfarruscar a cara dos convivas. Nas zonas urbanas, ainda hoje se assam e se vendem castanhas, apregoando, “ Quentes e boas! ”. Durante séculos, a castanha substituiu o pão e a batata, sendo que até à chegada da batata e do milho à Europa, ela era a base da alimentação dos mais pobres. Sabia que a castanha… É rica em amido… pelo que é considerado um alimento energético . É isenta de colesterol e com baixo teor de gordura… logo, ajuda a combater a arteriosclerose . Não tem glúten… é muito recomendada na dieta dos doentes celíacos . Tem baixa concentração de açúcares solúveis… pelo que produz um efeito antidiabético . Tendo um baixo teor de sódio… contribui para reduzir a pr

O catraeiro - Tipos portugueses

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O catraeiro "É o descendente do barqueiro que andava em todas as canções poéticas de há cem anos. Um bravo que tinha pelo mar uma paixão, tipo romântico que se filiava na legenda dos gondoleiros de Veneza. Usou barrete vermelho à Frígia , veio do norte, de alguma colónia à beira mar, encher aqui a missão de passar para o outro lado do rio fidalgos e moçoilas nos dias de círios ricos . Não levava mercadorias no seu batel engalanado, deixava isso às embarcações de.... Ele vivia de conduzir gente para as festas e para a margem bela da Outra Banda . Depois vieram os vapores e o barqueiro entrou a topar tudo. Deixou as vestes românticas, fez-se prático, o batel entrou a ser catraio e ele a fazer todos os transportes. Agora raramente leva gentes às festas, vive de conduzir fardos para bordo dos navios que não atracam aos paredões das doces. É um misantropo. Mal fala, como se tivesse saudades doutros tempos ou como se esperasse o fim da profissão com alguma nova ideia

Instrumentos musicais tradicionais portugueses - I

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Gaita-de-foles Gaita-de-foles « (…) No campo instrumental, para além da gaita-de-foles, (existente em Trás-os-Montes e no litoral oeste desde o Minho à península de Setúbal), há a assinalar a riqueza musical da viola e da guitarra. (…)»  Viola Portuguesa  Viola Portuguesa   « (…) A viola portuguesa, nas suas múltiplas variantes regionais, descende do instrumento aludido pelo Padre Juan Bernudo no séc. XVI (“guitarra”, parente popular da vihuela e descendente da “guitarra latina” trovadoresca) e era tocada por todo o país.  Hoje subsiste apenas no Minho , Douro Litoral, Beira Litoral, parte a Beira Alta, Baixo Alentejo, Madeira e Açores. (…)» Guitarra Portuguesa Guitarra Portuguesa « (…) A nossa guitarra descende do instrumento que tomou o nome de cítara no Renascimento, o qual por sua vez provinha da cítola medieval.  Era instrumento favorito da joglaria e, ao que tudo indica através dos jograis, ganhou as classes populares e atingiu depois dimensão nacional. (…)» H

Vestuário das Terceirenses - Manto e Capote

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Vestuário das mulheres da ilha Terceira - Açores: capote e manto "Na cidade [ Ilha Terceira ], as mulheres usam, como trajos regionais, o manto , capote e a capa . O manto consiste numa saia preta de merino feita às pregas, e da cintura para cima uma espécie de capuz, onde se fecham as costas e a cabeça, sendo a parte a parte superior forrada com um papelão, deixando uma abertura à frente, que a mulher abre e fecha à vontade, podendo ocultar o rosto de modo a poder ver e não ser vista. É trajo que ainda hoje está muito em uso, dando às mulheres um aspecto de freiras mendicantes. A capa hoje aparece pouco, mas foi peça de vestuário tão importante que antigamente era obrigatória no enxoval da noiva. É uma capa vulgar, com farto cabeção até abaixo da cintura e fechada no pescoço, ficando a cabeça envolvida numa espécie de capuz comprido, no extremo do qual há uma roseta; tudo isto é feito de pano fino. O capote hoje quase não aparece; era usado por pessoas idosas. É s

Mulher minhota fiando... e cuidando do neto!

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“(…) Mas depois de « espadar » e « assedar », e antes que se promova a obra de costureira a que agora nos vínhamos referindo, é preciso ver que este, como qualquer outro linho, precisa de ser « fiado », « dobado » e submetido a  barrelas de cinza virgem , de onde depois sai linho facilmente adaptável, como urdidura, ao «órgão» do nosso belo e quási primitivo  tear manual . Desse linho tecido se talham, apespontam, bordam e marcam todas as camisas dos lavradores, nesta formosa região silvestre que é o  Minho .” Fonte do texto | Imagem: Aguarela de Alfredo Morais, capa da revista “Ilustração” – 1 de Agosto de 1932 Sugestões: Costume do Minho: Lavradeira conduz junta de bois! O Traje das Vindimadeiras no Douro A vida dos marinheiros do Rio Douro (3)

Costumes alentejanos (Alvito) – Aguarelas de Alberto Sousa

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Trajos característicos do Alentejo "Os habitantes do Alentejo têm um trajo característico: – além das célebres mantas alentejanas, tão antigas que já Gil Vicente fala delas, e que eles trazem, ora cobertos, ora traçadas ao ombro, o que lhes dá um aspecto pitoresco de cabreiros, – usam jaqueta, – cinta (na Beira Alta , faixa), não raro vermelha, a apertar-lhes as calças, – e chapéu de pano, desabado, às vezes com uma fita de cor, e uma grande borla preta à esquerda, no bordo da aba. Como andam frequentemente a cavalo, a jaqueta facilita-lhes os movimentos, e a cinta ampara-lhes um pouco o tronco. O cajado e a cachêra são bordões curiosos de que os Alentejanos se servem.  O primeiro tem uma curva à maneira de báculo ou de lítuo romano, por meio da qual o cajado é enfiado no braço, e com ele se apanha a perna de uma rês que foge; tudo isto é o mais tosco possível. Os cajados vendiam-se na feira a 20 rs. cada um, em grandes molhadas. Numa feira de Badajoz vi ob

Mulheres, com trajes regionais minhotos, numa espadelada!

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Uma espadelada (c. 1900) A espadelada merece descrição especial: a dona do linho chama mulheres para a espadelada, por favor, não por paga. O trabalho é feito ao luar, num terreiro, ou com luz, mas sempre fora de casa. Assistem homens, que formam uma roda ou um quadrado, no terreiro, como espectadores. As mulheres sentam-se ou estão de pé (Cerveira), cada uma junto do seu cortiço, que é aberto para cima ou por baixo. Por entre as mulheres andam rapazes ou crianças a distribuir os anacos às espadeladeiras. A espadeladeira tem na mão esquerda o naco e na mão direita a espadela, com a qual bate no anaco, posto à beira do cortiço. Assim que o anaco está espadelado, põe-se de lado e recebe-se outro do distribuidor. Enquanto espadelam, cantam em coro: uma começa o canto e as outras continuam. Entrementes vêm os namorados, que se sentam ao pé das espadeladeiras; alguém trouxe música (harmónico, viola). No fim da espadelada dançam todos. Quando acaba a espadelada , a

Uma salineira de Aveiro em 1932

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Salineira de Aveiro ( Foto do sr. Manuel Abreu - Coimbra  in "Ilustração", nº12 - 1932 ) "Mulher responsável pelo transporte do sal em canastras de vime, desde as marinhas de sal até aos barcos e, depois, para os armazéns. Tradicionalmente cozinhavam também as refeições para os trabalhadores das marinhas." Fonte Sugestões: Mulheres de Aveiro (1929) Um pescador de Aveiro - Costumes Portugueses "Casa dos Moinhos" - Moinho de Maré - Aveiro