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Passagem do rio por barco em Entre-os-Rios

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Em Entre-os-Rios (Foto de Visconde de Coruche ) "Boletim Fotográfico", nº64 - Abril de 1905 Durante séculos, a travessia de rios foi uma tarefa desafiadora para aqueles que precisavam passar para a outra margem. Sem pontes ou estruturas fixas, a solução mais comum era utilizar barcas. Essas embarcações simples, porém eficientes, eram utilizadas para cruzar rios em diferentes partes do mundo. A prática de passar os rios em barcas remonta aos tempos antigos e está presente em diversas culturas. Desde os tempos bíblicos até os dias atuais, o uso de barcas tem sido uma maneira confiável e econômica de se mover de um lado para o outro. As barcas tradicionais eram projetadas de acordo com as necessidades da comunidade local e o tipo de rio que precisava ser atravessado. Elas variavam em tamanho e capacidade, podendo transportar desde um pequeno grupo de pessoas até animais e carga. Construídas com madeira, bambu, papiro ou outras matérias-primas disponíveis, essas embar

Mulheres minhotas: barqueiras ágeis e destemidas boiadeiras!

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Lavradeira de Portuzelo - Viana do Castelo «Mais enérgica, mais altiva, mais ativa e mesmo relativamente mais forte de que o homem, a mulher minhota é quási inteiramente independente. Não há fadiga que não suporte, trabalho a que não resista, e enquanto o homem emigra em busca duma hipotética fortuna, que quási sempre infrutiferamente lhe custa a vida, elas cavam, semeiam, plantam, racham o maior ou menor pedaço de torrão que possuem. Barqueiras ágeis, carregadoras robustas , suportando pesos que assustariam muitos ombros masculinos, destemidas boieiras , guiando os carros de aguilhada ao ombro com uma graça atrevida, logo de crianças se habituam aos mais rudes trabalhos." Barca de Passagem, em Serreleis (Viana do Castelo) Quadro de Silva Porto Maria Ribeiro Arthur In "Branco e Negro", nº73 - 1897 As destemidas boiadeiras do Minho As destemidas boieiras do Minho eram mulheres que desempenham um papel fundamental na economia e na cultura dessa região do norte de

Beira Baixa - A luta do homem com a terra

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Nem sempre a paisagem portuguesa é amena e viçosa. Em muitas regiões - como nesta, da Beira Baixa - o homem tem de lutar com a terra, pouco generosa e áspera. O que, no entanto, confirma a extraordinária variedade geomorfológica do nosso continente, sem prejuízo do pitoresco. Foto António Parro (1) ***** O lavrador da Beira Baixa Antigamente, na vasta região da Beira Baixa, o lavrador desempenhava um papel fundamental na vida rural. Era ele quem dedicava o seu tempo e esforço para cultivar a terra, garantindo assim a subsistência das comunidades locais. O lavrador, naqueles tempos, tinha uma rotina árdua e enraizada na tradição. Antes mesmo do amanhecer, já estava de pé, pronto para enfrentar mais um dia de trabalho. Com as suas mãos calejadas e a sua enxada afiada, começava a arar os campos, preparando o solo para a sementeira. A Beira Baixa , com o seu clima quente e seco, apresentava desafios para o lavrador. Era preciso lidar com a escassez de água e adaptar-se a um ter

As lavadeiras do Norte - no rio Ave

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  A Lavadeira De joelhos, de bruços, na ribeira, Cujas águas deslizam mansamente, Lava, lava, cantando, a lavadeira, De madrugada até ao sol poente. Molha, ensaboa a peça... Anda ligeira! Depois esfrega-a, molha-a novamente. E bate, e torce e cora-a de maneira, Que, ao cabo, fica a roupa alvinitente. Também eu quis lavar o meu tormento Na ribeira lustral do esquecimento, Com lágrima choradas... Tudo em vão! De nada me serviu chorar, Senhor! Quando o ciúme entenebrece o amor, Não há pranto que lave o coração! José Forbes Costa (1) O trabalho árduo das lavadeiras No passado, antes da invenção das máquinas de lavar, as lavadeiras desempenhavam um papel crucial na sociedade. Elas eram mulheres responsáveis por lavar as roupas das famílias, e seu trabalho era extremamente árduo e desgastante. As lavadeiras geralmente trabalhavam em locais como nas margens de rios ou riachos, ou tanques comunitários, onde tinham acesso à água limpa necessária para lavar as roupas. Carregavam grande

Portugal: sorrisos femininos colhidos ao natural

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« Portugal es un pueblo triste, y lo es hasta cuando sonríe », escreveu um dia Miguel de Unamuno . Aqui temos um viajante erudito que era, no entanto, mais alguma coisa do que isso: era poeta. Teria ele razão? Ora triste, ora alegre - é o que supomos ser o nosso povo. Tal como os outros povos, sem dúvida... Mas sério, mesmo quando alegre. O que, visto à transparência do seu sorriso, parece tristeza, talvez não seja mais do que certa gravidade, cerca consciência de presença - que nem o próprio riso exclui, e que domina, ou melhor: refreia os sentimentos do português. Não será isto o que revelam estes sorrisos femininos, colhidos ao natural em várias províncias do nosso país?   A mulher portuguesa - seja do Minho , das Beiras , do Alentejo ou do Algarve - tem sempre um sorriso natural, transparente e comunicativo. Fotos: Tom, Foto Manfredo, Foto Beleza Fonte: "Panorama", nº09 - Junho 1942 O sorriso duma mulher O sorriso de uma mulher é uma expressão de luz

Um palheiro minhoto - Illustração Portugueza

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Um palheiro minhoto Cliché de Emilio Biel & Cª / Trichromia de Frederico Buendia Palheiros do Minho Os palheiros minhotos são construções típicas da região do Minho, em Portugal. São conhecidos como canastros ou espigueiros . São construídos principalmente em madeira, tendo um formato retangular ou quadrado, utilizados para guardar e secar o milho. Os palheiros possuem uma estrutura elevada, com paredes de madeira entrelaçadas para permitir a circulação de ar e evitar a humidade no interior. O telhado é coberto com palha ou colmo, o que lhes confere uma aparência rústica e tradicional. A função principal dos palheiros é o armazenamento e secagem do milho, um dos principais produtos agrícolas da região. O milho era colhido e pendurado nas paredes dos palheiros para secar, sendo depois debulhado e armazenado até ser utilizado na alimentação dos animais ou na produção de farinha. Além da sua função prática, os palheiros minhotos são também considerados um símbolo d

Cobertas de Urros – Torre de Moncorvo

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  Cobertas de Urros É em  Urros , povoação do concelho de  Torre de Moncorvo , que trabalham ainda os últimos teares de seda transmontanos. De toda essa indústria delicada e rica, que deu fama às oficinas de  Bragança  e  Chacim , resta somente o labor ignorado das velhas tecedeiras de  Urros : da magnificência dos selins, das «nobrezas» e dos damascos, apenas hoje nos dão uma pálida ideia as cobertas de linho recamadas de trama de barbilho amarelo doirado, azul-escuro, verde ou vermelho. A trama forma, assim, os motivos do desenho, a destacarem-se do fundo branco do linho. São palmas entrelaçadas, emoldurando corações; vasinhos de onde saem grandes ramos de flores do campo; barras de desenho regular e sabor oriental, formando cercadura. Num dos topos, a data e as iniciais da tecedeira ou do primeiro possuidor. Nas  cobertas de Urros , como em todos os trabalhos populares do seu género -  alinhavados de Niza ,  cobertas de Santa Clara-a-Nova ,  tapetes de Arraiolos , este

Lavadeiras de Portugal - mulheres extraordinárias

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Lavadeiras de Mafamude (Cliché do distinto fotógrafo amador, do Porto, sr. Eduardo Paulo) Ilustração Portugueza - 15 de Junho de 1914 As Lavadeiras em Portugal As lavadeiras sempre desempenharam um papel importante na sociedade portuguesa ao longo dos séculos. Elas eram mulheres responsáveis por lavar roupas, lençóis e outros tecidos, utilizando métodos tradicionais que exigiam conhecimentos, habilidade e força física. Antigamente, as lavadeiras reuniam-se em pontos de água, como rios, riachos ou lavadouros públicos (comunitários), para realizar suas tarefas. Elas usavam tábuas de pedra ou madeira, esfregavam as roupas com sabão e batiam para remover a sujidade. A técnica era conhecida como "bater a roupa" e requeria muito esforço físico. Essas mulheres costumavam trabalhar em grupo, compartilhando histórias, risadas e até mesmo canções. Eram momentos de sociabilidade, em que as lavadeiras  se mantinham informadas sobre o que acontecia na comunidade e trocavam exp

Costume do Minho: Lavradeira conduz junta de bois!

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Um costume do Minho  (Foto de C. Dias Alves Pimenta - Lisboa) in "Echo Fotográfico", nº12 - maio 1907 "O grande orgulho da mulher minhota está todo na sua devoção aos trabalhos agrícolas. Por cima, muito acima da vaidade de possuir um traje vistoso, regional, ela coloca, como nenhuma outra, todo o seu entusiasmo, todo o seu amor, em cuidar da terra, trabalhando e cantando, lado a lado do homem. Bem sei que a mulher portuguesa, embora tenha as mãos em casa para rezar sobre o berço de um filho ou diante de um oratório, atira sempre os braços para os trabalhos mais árduos e violentos. Na mulher do Minho , a devoção ao trabalho destaca-se, porém, pela alegria com que ela anda, desde a manhã ao crepúsculo, cantando o moendo o corpo nos serviços dos campos." Guedes de Amorim (1) ***** As Lavradeiras do Minho As lavradeiras do Minho representam uma parte importante da história e cultura dessa região do norte de Portugal. Essas mulheres desempenharam um papel fund

Varina de Lisboa - Trajo antigo (1898)

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As varinas de Lisboa As varinas eram mulheres que trabalhavam essencialmente como vendedoras ambulantes de peixe nos bairros ribeirinhos de Lisboa. Tiveram origem na  comunidade ovarina  (de Ovar!) que se estabeleceu em Lisboa. Eram conhecidas por sua forma peculiar de vestir, com saias coloridas de várias camadas, aventais bordados, lenços na cabeça e grandes cestas nas costas., e particularmente pelos seus pregões! Além de venderem peixe fresco, as varinas também cantavam e dançavam enquanto percorriam as ruas para atrair os clientes. Elas desempenhavam um papel importante na cultura popular de Lisboa, sendo frequentemente retratadas em canções, pinturas e literatura. No entanto, com o desenvolvimento da indústria pesqueira e a modernização do comércio, a presença das varinas começou a diminuir, até praticamente desaparecer no século XX.  Lisboa - A Varina, trajo antigo, aguarela de Roque Gameiro "Branco e Negro", nº92-96 - 1898 Ó varina, passa ... Ó varina, pass