Beira Baixa - A luta do homem com a terra

Beira Baixa - A luta do homem com a terra

Nem sempre a paisagem portuguesa é amena e viçosa.

Em muitas regiões - como nesta, da Beira Baixa - o homem tem de lutar com a terra, pouco generosa e áspera.

O que, no entanto, confirma a extraordinária variedade geomorfológica do nosso continente, sem prejuízo do pitoresco.

Foto António Parro (1)

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O lavrador da Beira Baixa

Antigamente, na vasta região da Beira Baixa, o lavrador desempenhava um papel fundamental na vida rural. Era ele quem dedicava o seu tempo e esforço para cultivar a terra, garantindo assim a subsistência das comunidades locais.

O lavrador, naqueles tempos, tinha uma rotina árdua e enraizada na tradição.

Antes mesmo do amanhecer, já estava de pé, pronto para enfrentar mais um dia de trabalho. Com as suas mãos calejadas e a sua enxada afiada, começava a arar os campos, preparando o solo para a sementeira.

A Beira Baixa, com o seu clima quente e seco, apresentava desafios para o lavrador.

Era preciso lidar com a escassez de água e adaptar-se a um terreno muitas vezes irregular e pedregoso. Mesmo assim, ele não desanimava e colocava todo o seu empenho em fazer prosperar as suas plantações.

Na época de plantar, o lavrador selecionava cuidadosamente as sementes, procurando as melhores e mais adequadas para cada tipo de cultivo. A precisão nessa escolha era crucial para garantir uma boa colheita e o sustento para a família.

Ao longo dos meses, o lavrador acompanhava o crescimento das plantas, combatendo as pragas e doenças que pudessem ameaçar as suas culturas. Ele era um observador experiente, capaz de detetar qualquer sinal de problemas e agir rapidamente para solucioná-los.


Beira Baixa - A luta do homem com a terra


Quando finalmente chegava o momento de colher, à Beira Baixa ganhava uma atmosfera festiva.

Os campos enchiam-se de trabalhadores, prontos para colher os frutos do árduo trabalho. O cereal, as leguminosas, as árvores de fruto, tudo era colhido com cuidado e destreza, para evitar qualquer desperdício.

Depois da colheita, o lavrador envolvia-se noutras tarefas, como cuidar dos animais, preparar o terreno para o próximo ciclo de plantação e até mesmo expandir a sua produção através de novos cultivos.

Ele estava sempre à procura de técnicas mais eficientes e melhores formas de aproveitar a terra que lhe dava o necessário sustento.

O lavrador da Beira Baixa, antigamente, era um exemplo de força, perseverança e amor pela terra.

A sua dedicação incansável era fundamental para o desenvolvimento da região, sendo responsável por garantir não apenas a sobrevivência, mas também a prosperidade das comunidades rurais.

Atualmente, os tempos mudaram e a agricultura evoluiu, trazendo consigo técnicas mais avançadas e maquinaria que facilitam o trabalho no campo.

No entanto, o legado do lavrador da Beira Baixa ainda está presente, lembrando-nos da importância de valorizar a terra e respeitar aqueles que dedicam as suas vidas à nobre arte de cultivá-la. (GPT)

Fonte: (1) “Panorama - Revista Portuguesa de Arte e Turismo" - número 4 - ano 1 - 1941 (Setembro)

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