A matança do porco
Um belo exemplar suíno |
A condução da vítima para o suplício |
(Clichés Benoliel)
"Enterram-lhe uma enorme faca no pescoço e grossas golfadas de sangue rubro são aparadas em alguidares, onde mãos de mulheres o vão agitando para ele não coagular.
Nalguns pontos a morte é pronta, devida a uma picada de sovelão, e depois é que lhe tiram o sangue."
Espetando o sovelão |
"Morto o animal, a primeira coisa a fazer é tirar-lhe o cabelo. Percorre-se-lhe o corpo demoradamente com ramos de carqueja a arder, enchendo-se o pátio e a casa de um fumo denso, fétido, irritante, no meio de crepitações secas."
Chamuscando |
"Raspa-se depois o couro com uma faca, esfrega-se com carqueja molhada e lava-se em seguida com abundante água."
Depois do pêlo queimado rapa-se com facas |
Depois de rapado lava-se com água quente |
Preparando as morcelas |
Com as morcelas ao lume |
"Com a ajuda dos vizinhos, leva-se em braços o porco, depois de esvaziado, e dependura-se a uma trave por uma grossa corda, pondo-se-lhe por debaixo um alguidarinho, onde gotejam uns restos de sangue derivando muito direitinhos pela cauda abaixo."
Com a ajuda dos vizinhos conduz-se o porco para a casa onde é dependurado numa trave |
Dependurando o porco |
"Dependurado o porco, abre-se longitudinalmente pelo dorso. Então é que se vê e admira a grossura do toucinho, que se compara triunfantemente com a dos porcos dos vizinhos."
Abrindo o porco |
(Clichés do sr. João de Magalhães Júnior)
Fonte: “Ilustração Portuguesa” – I Série – nº 412 – 12 de Janeiro de 1912
O Porco no Rifoneiro Português
Ao longo dos tempos, o povo elaborou um conjunto de expressões, rifões, provérbios ou ditos populares, sobre o porco. Deixamos aqui alguns recolhidos e sistematizados em três grupos:
1.- Economicamente, o porco é um tesouro, um bom negócio, uma exigência
2.- O reco, na práxis, é um livro aberto, biológica e moralmente
3.- O porco na culinária