Festas de Junho em Amarante (1919)
Um aspeto do movimento da feira de S. Gonçalo |
"Por todo
esse país, as ermidinhas brancas alvejam no cume dos montes e parecem convidar
os fiéis a adorar [venerar] os seus patronos, que conservam uma velha
austeridade nos pequenos nichos dos altares.
Foi assim que
nasceu a vila de Amarante, uma velha
povoação que os romanos fundaram nos tempos remotos da sua dominação peninsular
e que pouco a pouco se foi despovoando, até que, pelo ano de 1250, S. Gonçalo, fundou a pequena ermida,
onde o seu corpo foi primitivamente sepultado.
E daí surgiu
uma povoação florescente, que prima hoje pelo vinho verde e pela tradicional
romaria a S. Gonçalo, tão conhecida
em todo o Baixo Minho.
Os romeiros
acorrem de toda a parte a venerar o frade dominicano «casamenteiro das velhas»,
segundo reza a tradição.
Próximo da
vila, o poético rio Tâmega espraia-se pelas veigas fecundas que têm o seu nome,
e a ponte de S. Gonçalo fala-nos
ainda hoje da sua fundação, envolta no mistério das pitorescas lendas
hagiológicas.
O convento de S. Gonçalo, com a sua
interessante frontaria que a patine do tempo doirou, é um monumento nacional e,
se outros motivos não houvesse para uma peregrinação a Amarante, bastaria apenas o da visita a esse admirável e secular
edifício religioso.”
Um trecho do histórico convento de S. Gonçalo |
Na feira de S. Gonçalo - Policiando o arraial |
Na feira de S. Gonçalo - O interior de uma barraca, vendo-se sentado no segundo plano, à esquerda, o Maneta, tipo da rua, esperando a refeição. |
Na feira de S. Gonçalo - Vendedeiras de pão |
À entrada da ponte de S. Gonçalo - Romeiros descansando da jornada |
(Clichés do distinto fotógrafo sr. Vitorino Melo, de Penafiel, gentilmente enviadas à Ilustração Portugueza pelo solícito correspondente de Século naquela cidade, sr. Miranda da Veiga)
«Ilustração
Portuguesa» - nº698 - 7 de Julho de 1919 (texto editado e adaptado)