Venda de perús pelo Natal, em Lisboa (1909)

As vítimas do Natal

(Cliché Benoliel)
"Ilustração Portuguesa", nº201 - 1909

As vítimas do Natal

“Quando os perus aparecem, quando o saloio, carapuço à banda, calça apertada nos canelos, os traz daí dos arredores à ponta da sua vara, e o apregoa ao apetite dos alfacinhas felizes - é porque o dia de Natal não anda longe!

(…)

E o pregão, longo e nostálgico, do homem dos perus, acorda dentro do nosso coração uma doce saudade, uma saudade velhinha, em que há ainda o sorriso duma criança, que era quási da nossa idade, e que pela sua inocência, pela sua ternura, pela sua idade humilde, era mais do que um amigo, era mais do que um irmão!...

(…)

Ó homem dos perus, canta com mais alegria o teu pregão e com essa vara enxota o teu bando nostálgico de maneira que ele não anda tão arrastadamente por essas ruas e não gorgoleje com tanta nostalgia o seu glu... glu...

Dá-nos a ilusão de que todos, na noite de Natal, os pobres e os doentes, tenham, como os ricos, também o peru nas suas mesas.

(…)

Dezembro, de 1927

Rebelo de Bettencourt”

Ler texto completo

In "Alma Nova: Revista Ilustrada" - nº 5/4 (V Série) Março 1928


Um Feira de perus

Aspecto do Largo de S. Domingos na manhã do dia de Natal
"Ilustração Portuguesa", nº45 - 1906

Sugestões:

Mensagens populares deste blogue

Lavadeiras de Portugal - mulheres extraordinárias

Barco rabelo à sirga - no Rio Douro

Profissões e trajes de Lisboa antiga (1938)

Camponesa de Perre - Viana do Castelo (1913)

A Capucha da Serra do Caramulo

Varinas, vendedeiras de peixe | Tipos portugueses

Uma linda minhota em 1915

Cenas do Minho - Um carro de bois

Trajo de Pastor da Serra da Estrela - 1911

Carro de bois ornado com belas cangas